Encontro discute instalação de Porto Meridional de Arroio do Sal, na região Norte do Estado

Encontro discute instalação de Porto Meridional de Arroio do Sal, na região Norte do Estado

Com investimentos previsto de R$ 5 bilhões, projeto ainda depende de licenças do Ibama e da Antaq

Christian Bueller

Evento promovido pelo senador Luis Carlo Heinze (PP) aconteceu no restaurante Barranquinho, em Porto Alegre

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Empresário envolvido com o Porto Meridional de Arroio de Sal conversaram com jornalistas em um evento promovido pelo senador Luis Carlo Heinze (PP), no restaurante Barranquinho, em Porto Alegre. Estiveram presentes os empreendedores e proprietários do terreno Paulo Cunha e Adilson Oliveira da Silva, o presidente da DTA – Engenharia Portuária & Ambiental que apresentou o projeto, João Acácio Gomes de Oliveira Neto, e o idealizador da obra, ex-prefeito de Passo Fundo e ex-deputado federal Fernando Machado Carrion.

Concebido como alternativa para escoar a produção no Estado, que tem apenas um porto marítimo em Rio Grande, o projeto já conta com licença da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviário (SNPTA) e da Marinha, faltando ainda as licenças do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Com investimento previsto para a execução de R$ 5 bilhões, as obras do Porto Meridional deverão começar assim que receber o licenciamento ambiental, entre o final de 2022 e início de 2023, começando as operações em Arroio do Sal um ano depois, entre os balneários Rondinha e Jardim Olívia Norte.

“As indústrias de Porto Alegre e região metropolitana estarão muito mais perto do litoral Norte do que de Rio Grande. Imaginem que Santa Catarina, que tem uma economia menor que o RS, tem sete portos e tem mais dois em construção. Essa obra para os gaúchos será muito importante”, destacou o senador. Heinze ressalta que vários acessos ligarão a região até o Porto Meridional.

“Caminhos como BR-285, a Freeway e BR-101, tudo já tem estrada pavimentada”, lembra. Em escala de produção, a capacidade prevista é de movimentar entre 40 e 50 milhões de toneladas/ano, podendo aportar grandes embarcações, além de navios de carga e cruzeiros. Além disso, a previsão é de criação de 3 mil empregos diretos e dez mil indiretos.

João Acácio lembra que desenvolveu muitos estudos para elaborar a iniciativa. “Já fiz mais de mil projetos na minha vida, mas esse é muito importante. Um porto é o único serviço inteiramente regulado pelo governo. O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Gustavo Montezano, me disse ‘traz projetos porque há recursos’. Nada contra o Porto de Rio Grande, mas ele está no pé do estado. Mas lá em cima (região Norte do RS), estão fugindo 15 milhões de toneladas de produtos para outros lugares por caminhão”, referiu o presidente da DTA. O engenheiro civil é taxativo quanto às expectativas sobre o Porto Meridional. “Acho que vamos fazer uma revolução logística no Estado. Estou contente”, afirmou.

Idealizador e coordenador do projeto do Porto Meridional, Fernando Carrion transborda emoção quando fala no assunto. “Essa proposta tem 195 anos, vem desde Dom Pedro II, quando o Império chamou ingleses para avaliar a possibilidade de um porto entre Santos e Montevidéu, no Uruguai”, lembra. “A possibilidade geográfica que temos aqui, temos que agradecer à natureza”, acrescentou.

Marechal Deodoro, ainda no século 19, e Getúlio Vargas, já presidente da República, também tentaram, em vão, trazer um porto para o RS. Na ocasião, seu pai, Cândido Carrion capitaneava a ideia do projeto, retomada em 2017. Antes morador de Passo Fundo, Carrion vive agora em Torres, para ficar mais perto das obras em Arroio do Sal. “Meu sonho é estar vivo quando estiver concluído e estar com minha esposa para quebrar uma garrafa de champagne no primeiro navio aportado”, sorri o renomado engenheiro.


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