Enfermeira gaúcha vibra ao completar imunização contra a Covid-19 nos Estados Unidos

Enfermeira gaúcha vibra ao completar imunização contra a Covid-19 nos Estados Unidos

Maria Carolina Witkowski relatou sentimento de alívio por estar vacinada

Gabriel Guedes

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"Feito! Segunda dose! Sai pra lá COVID!" foi como a enfermeira gaúcha Maria Carolina Witkowski comemorou em um post no Facebook a oportunidade de ter se imunizado, por completo, contra a Covid-19. Isso só foi possível porque ela trabalha em um hospital em Falls Church, cidade no estado da Virginia, nos Estados Unidos. Lá, Maria Carolina tomou a primeira dose do imunizante da Pfizer/BioNTech ainda no ano passado, em 19 de dezembro, e a segunda foi no dia 6 de janeiro. "Na primeira vacina tive um pouco de dor no local. Na segunda, não tive nada. Foi bem tranquilo", relata.

Nascida em Porto Alegre, formada em enfermagem na PUCRS, Maria Carolina se mudou para o Estados Unidos há três anos, onde é casada e tem um filho. Começou a trabalhar na Inova Hospital, em Fairfax, cidade vizinha, praticamente com a chegada da pandemia de Covid-19. "Esperei ganhar o bebê em dezembro e quando me chamaram pra vaga, foi quando começou. Meu marido disse: 'Vai, mas se estiver muito ruim, pede demissão'. Mas não foi necessário. Trabalho numa área de procedimentos. Os pacientes dão entrada com teste de Covid-19", relembra.

Ela diz não temer o trabalho no hospital e que o considera um dos lugares mais seguros durante a pandemia. Mas receber a imunização foi um sentimento de alívio e de alegria para a família, principalmente a mãe, de 70 anos, que mora no bairro Santana, na Capital. "Desde que começou tudo, ela está praticamente trancada em casa. Mas todos ficaram felizes", comenta a enfermeira.

Sem filas 

Maria Carolina conta que a vacinação foi anunciada pela instituição por e-mail. Desde o dia 16 de dezembro, quando começou aplicação, até semana passada, o hospital já tinha vacinado 17 mil pessoas, todas que atuam lá. O primeiro grupo a ser vacinado foram os funcionários da assistência aos pacientes – como médicos e enfermeiros -, depois foi a vez dos demais trabalhadores, que não atuam diretamente com os pacientes. Mais recentemente, a vacinação foi aberta para a comunidade, mas para idosos, com mais de 75 anos, e professores. "Nos primeiros dias não teve nem fila", acrescenta.

A estrutura montada para a imunização, também impressiona. Foi reservado um prédio inteiro do Inova Hospital. Tudo começa com o preenchimento de uma ficha. Depois é injetada a dose e o médico ou enfermeiro pedem para aguardar por 15 minutos - para observar possiveis reações alérgicas - e na sequência, o próprio paciente utiliza um iPad para agendar a data da aplicação da segunda dose. Ao final, a imunização fica registrada em uma carteirinha, igual ao que já existe no Brasil, e que a enfermeira publicou na sua postagem de comemoração no Facebook. "Acho que daqui a pouco isso vai ser pré-requisito para viajar", acredita Maria Carolina.

Recomendação para não engravidar 

A enfermeira também diz que por lá já é possível ver algumas situações de desperdício da vacina, como a falta de pessoas na fila, o que acaba fazendo com que alguns frascos da vacina sejam jogados fora contendo ainda o suficiente para fazer a aplicação em mais uma ou duas pessoas. "Eu sempre sou a favor de vacina. Porque as pessoas estão com medo da reação da vacina. E pior é pegar a doença e não saber o que vai acontecer. Mas aqui tem muita gente que não está fazendo. O que me deixa irritada", observa. Maria Carolina diz que também tem até colegas dela, de 20 e poucos anos, que querem engravidar e estão evitando se imunizar. "Esta vacina é mRNA (técnica de RNA mensageiro). A recomendação deles é que por um ano não se engravide", afirma. Ela diz também que colegas que fizeram, tiveram reações leves. "Teve muita gente que sentiu dores no corpo e febre, mas por 24 horas. Tomaram paracetamol e passava", adianta. 

Mas apesar do temor de alguns, das reações adversas e das recomendações para gestantes, Maria Carolina diz aos gaúchos que não hesitem em tomar a vacina assim que ela for disponibilizada. "Quando chegar a vacina, que por favor, a façam. Pode dar reação, mas a reação que dá é muito menos que os efeitos do vírus. Tive pacientes jovens, que tiveram o vírus e tiveram AVC (Acidente Vascular Cerebral), que não andam nem falam", conclui. 


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