Envio diário de 1,4 tonelada de alimento é insuficiente para vítimas da estiagem no RS

A Defesa Civil Estadual voltou a enviar, nesta quinta-feira, caminhões carregados com alimentos aos atingidos pela estiagem na Metade Sul gaúcha. Cerca de sete toneladas foram levadas até Pedras Altas e outras 12 toneladas para Bagé. Desde o inicio do ano, o órgão tem encaminhado, diariamente, em média, 1,4 tonelada de alimentos para pequenos produtores e assentamentos de projetos de reforma agrária. O ritmo, no entanto, ainda é considerado insuficiente.

“Ainda têm muitas famílias que não estão recebendo a bolsa-alimentação, já que a estiagem é muito grande, por ter começado em agosto do ano passado, e o número de pessoas com dificuldades é enorme”, relatou o gerente da Emater em Bagé, Erone Londero.

Conforme Londero, famílias cadastradas em programas sociais, como o Bolsa Família, tem prioridade no recebimento dos alimentos. Outras, com maior poder aquisitivo, mas igualmente afetadas, acabam não sendo contempladas. “Alguns pequenos agricultores interromperam totalmente a produção de leite, por terem perdido todas as plantações do milho que alimentava o gado, e, com isso, a produção de subsistência, que garante a comida na mesa, é comprometida”, explicou.

As chuvas desta semana amenizaram o drama da estiagem na Metade Sul, mas supriram menos de 20% das necessidades da região. Além da Defesa Civil, que já remeteu 57 toneladas de alimentos desde o início do ano, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) também ajudou os pequenos produtores com cerca de seis toneladas de mantimentos.

Dezenove municípios gaúchos decretaram situação de emergência por conta da falta de chuvas. Jaguarão e Rio Grande foram os últimos a enviar notificação e se juntam a Amaral Ferrador, São Pedro da Serra, Candiota, Pedras Altas, Herval, Santana do Livramento, Piratini, Hulha Negra, Lavras do Sul, Pedro Osório, Cerrito, Aceguá, Bagé, Pinheiro Machado, Dom Pedrito, Tavares e Rosário do Sul.