Erechim poderá adotar racionamento de água nos próximos 30 dias

A diminuição gradual da barragem que abastece Erechim, na região do Alto Uruguai, e a falta de expectativa de chuva forte para os próximos dias desanimam moradores e autoridades do município. Na sexta-feira, a prefeitura decretou situação de emergência na área rural da cidade. Não chega a faltar água nas propriedades, pois quase todas dispõem de poço artesiano, mas a perda em algumas culturas já chega a quase 100%, como no caso do feijão.
 
"O plantio ficou muito prejudicado. No milho, as perdas deverão ir de 50% a 70%. E a soja, de 30% a 50%", disse o prefeito Paulo Polis, estimando que o valor dos prejuízos deva chegar a R$ 15 milhões.

Na área urbana, a barragem da Corsan está cerca de 60 centímetros abaixo do nível normal. Dos três rios que abastecem Erechim, um – Rio do Campo – já secou quase completamente. Os outros dois, o Rio Tigre e o Leãozinho, estão baixando diariamente.

Segundo o prefeito Polis, uma obra que promete sanar o problema da falta de água no município é a transposição do rio Cravo, que ainda está em fase de licitação, e deverá levar de oito a doze meses para ser concluído. Por enquanto, a administração municipal pede que a população diminua o consumo de água para evitar um possível racionamento em Erechim, que já teve que implantar o rodízio no abastecimento três vezes.

O último boletim emitido pela Defesa Civil do Estado, na sexta-feira, apontou que 342 municípios gaúchos decretaram situação de emergência por causa da seca. No total, já são mais de 1,7 milhão de afetados pela estiagem no Rio Grande do Sul.