Especialista da Ufrgs relata falta de estrutura para distribuição de donativos no RJ

Especialista da Ufrgs relata falta de estrutura para distribuição de donativos no RJ

Professor de Engenharia Civil acompanhou chegada do auxílio durante quatro dias

Estêvão Pires / Rádio Guaíba

Especialista da Ufrgs relata falta de estrutura para distribuição de donativos no RJ

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O professor do curso de Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia Civil da Ufrgs, Luis Bressani, trabalhou durante quatro dias, nesta semana, na região serrana do Rio de Janeiro, onde auxiliou a inspecionar locais de risco. Especialista em prevenção de deslizamentos em encostas, Bressani se assustou com a dificuldade das autoridades fluminenses em gerenciar centenas de toneladas de doações que chegam de todo o Brasil. Segundo ele, no município de Sumidouro (RJ), por exemplo, já não havia mais espaço, na última terça, para armazenar os materias de ajuda humanitária.

"O número de donativos é impressionante, o que é maravilhoso, mas a distribuição acaba sendo uma dificuldade, e ficou evidente a falta de estrutura", contou Brescani.

De acordo com balanço da Secretaria de Saúde e Defesa Civil do RJ nesta sexta, o número de mortes causadas pela tragédia chegou a 785.

• Leia mais sobre a tragédia no Rio de Janeiro

Somente no Rio Grande do Sul, a Defesa Civil já arrecadou pelo menos 88 toneladas de alimentos, outras 87 toneladas de roupas, calçados e materiais de dormitório, além de 45 mil litros de água mineral e 8,7 toneladas de material de higiene e limpeza. Apesar das dificuldades estruturais no Rio, a orientação do órgão é de que os gaúchos sigam doando, mas evitem entregar roupas, e deem preferência para os outros materiais.

De acordo com agências de notícias do centro do País, durante esta semana relatos de desvio dos materiais foram registrados. Entre os incidentes, esteve a prisão de duas pessoas, na última segunda, na zona Oeste da Capital fluminense, onde foi encontrado um caminhão carregado com donativos oriundos da região serrana. "Mas pelo que pude acompanhar, os problemas de falta de controle dos donativos são mínimos, e não podem impedir que as doações sigam sendo enviadas", ressaltou Brescani, que deixou o Rio na noite da útlima terça.

A Defesa Civil de Nova Friburgo garante que há estrutura suficiente para manter o controle e destacou que a chegada de alimentos, água e remédios é essencial para garantir a sobrevivência dos mais de 22 mil desabrigados e desalojados da região. "Precisamos de mantimentos para vários dias, já que milhares de pessoas ficaram desempregadas, e vai demorar algum tempo para que a vida volte ao normal", frisou o coordenador do órgão fluminense, coronel Roberto Robadey.


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