Especialistas alertam para confraternizações com medidas de segurança contra Covid-19

Especialistas alertam para confraternizações com medidas de segurança contra Covid-19

Transmissão comunitária da variante ômicron desperta a retomada das prevenções em meio às festas de fim de ano

Felipe Samuel

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A confirmação da transmissão comunitária da variante Ômicron do coronavírus na Capital acendeu o alerta na comunidade médica em Porto Alegre. Assessora da Diretoria Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), a epidemiologista Jeruza Lavanholi Neyeloff recomenda que as pessoas façam as festas de fim de ano com “medidas de segurança possíveis”, como em áreas abertas, consideradas mais seguras. Em lugares fechados com aglomeração é importante manter sempre o uso de máscaras. "A gente pode escolher opções mais seguras para fazer as nossas confraternizações", enfatiza.

Na avaliação da especialista, o cenário atual é diferente do ano passado. Com 21 meses de enfrentamento à pandemia, ela ressalta que a sociedade já tirou lições de como evitar a disseminação da doença. "Temos a possibilidade de ter pessoas vacinadas, sabemos como a doença se transmite, sabemos as medidas de prevenção. Se a gente pensar como sociedade, deveríamos estar mais preparados para poder evitar uma alta subida de casos sem que a gente precise ter medidas muito drásticas", afirma. Ela pondera, no entanto, que tudo vai depender da evolução da transmissão do vírus.

E destaca que a vacinação com a imunização completa mais a dose de reforço são mais efetivas na prevenção da transmissão e do agravamento da infecção. "Se a gente realmente tiver uma subida muito ampla de hospitalizações e de necessidade de recursos hospitalares, a gente vai ter que reagir a isso com redução de circulação de pessoas e esse tipo de coisa. Como epidemiologista, a resposta chave é que a gente tem que reagir rápido. Prever um cenário é muito difícil, mas a gente consegue ver a subida de casos, de hospitalizações, e a gente sabe o que tem que fazer em cada cenário", alerta. 

Maior número de contaminados em população mais jovem

A epidemiologista defende ainda a vacinação contra a Covid-19 de crianças de 5 a 11 anos. "As evidências ainda são frágeis quanto a isso, mas em outros lugares estão observando mais números de infecções em crianças e na população mais jovem. Nesse sentido a gente precisa adotar as medidas de prevenção", destaca. "Assim que a vacina estiver disponível, devemos avançar também na vacinação dessa população a partir de 5 anos por que isso com certeza vai aumentar muito a nossa segurança", completa.

Em sintonia com dados da comunidade científica, Jeruza afirma que a vacina é segura e previne contra casos graves. "A gente tem ampla evidência, não só dos estudos, mas agora do 'mundo real'. Em muitos países, onde muitas crianças já foram vacinadas, não vimos incidência de eventos adversos graves além do que se espera com qualquer campanha de vacinação. A gente sabe que as vacinas apresentam eventos leves, como dor no braço, sintomas de resfriado por um dia, isso é muito pequeno frente ao imenso benefício que as vacinas podem trazer", afirma. "Se a gente tiver aumento de casos leves, com pouco impacto em hospitalização, com pouco impacto em internações em CTI, isso é uma vitória da ciência".


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