Especialistas destacam avanços científicos na pandemia no Dia Mundial da Saúde

Especialistas destacam avanços científicos na pandemia no Dia Mundial da Saúde

Tema escolhido para este ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é "Nosso Planeta, Nossa Saúde"

Felipe Samuel

Diante da atual pandemia, da poluição do planeta e da incidência crescente de doenças, o tema escolhido pela OMS é “Nosso Planeta, Nossa Saúde"

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A boa cobertura vacinal no Brasil contra a Covid-19 e a redução das internações e de mortes em decorrência da doença formam um cenário promissor para os próximos meses. E no Dia Mundial da Saúde, celebrado todos os anos em 7 de abril para marcar o aniversário da fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948, especialistas destacam as conquistas e os avanços científicos obtidos em tempo recorde durante a pandemia, os novos desafios que se impõem aos profissionais de saúde de todo mundo - o atendimento de uma demanda represada de pacientes com outras patologias - e a importância da vacinação para impedir o surgimento de novas variantes e erradicar a doença.

Diante da atual pandemia, da poluição do planeta e da incidência crescente de doenças, o tema escolhido pela OMS é “Nosso Planeta, Nossa Saúde". No Dia Mundial da Saúde 2022, o objetivo é colocar a saúde das pessoas e do planeta no centro das ações, com foco no bem-estar. A iniciativa propõe a reflexão sobre os desafios ambientais na saúde das pessoas, principalmente após o enfrentamento da pandemia de Covid-19, que deixou mais de 6,16 milhões de mortos no mundo, de acordo com dados do Our World in Data. Desse total, no Brasil, pelo menos 660 mil pessoas perderam a vida por conta da doença.

Para o professor de Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Paulo Petry, uma das grandes lições da pandemia foi mostrar a importância da ciência. “Um exemplo disso foi a descoberta das vacinas em tempo recorde. As vacinas contra a Covid-19 foram disponibilizadas em um ano praticamente, o que é uma coisa impressionante em termos científicos. Então isso é uma vitória da ciência frente a um problema de saúde emergente, que surgiu sem que nós esperássemos”, avalia. Com a disseminação do vírus, o especialista ressalta que a comunidade científica teve 'que sair atrás' de respostas. “O que se viu foi o mundo inteiro estudando a mesma coisa, a vacina, o que era esse vírus, como tratar”, frisa.

Sobre a possibilidade de o Dia Mundial da Saúde simbolizar o começo da retomada da normalidade no país, Petry afirma que os dados epidemiológicos apontam para o declínio da pandemia no Brasil e no RS especialmente. “Notamos diminuição de internações, de ocupação de leitos, tanto clínicos e de terapia intensiva, e de mortalidade. As médias móveis têm diminuído sistematicamente. A continuarmos nesse ritmo, estamos perto do final (da pandemia), sem dúvida. O grande medo é a possibilidade do surgimento de uma nova variante. E essa possibilidade não é zero”, alerta.

Além de exaltar o trabalho dos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), o epidemiologista afirma que é importante levar saúde a toda população. “Outra lição da pandemia é compreender que não somos uma ilha. Não adianta eu ter uma boa casa, um bom convênio, estar protegido se meu entorno não está”, compara. Mesmo com cenário epidemiológico otimista para o Brasil, Petry chama atenção para a ampliação da cobertura vacinal em outros países. “Por exemplo, têm países africanos com menos de 10% da população vacinada, isso é muito ruim. E a lição dessa pandemia é que nós devemos cuidar de todos. Nós já estamos aqui na quarta dose e os africanos não têm uma dose em grande parte da população, e isso é negativo”, observa.


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