Estimativa de novos caso de câncer de mama e ovário no Brasil em 2018 é de 59.770 e 6.150

Estimativa de novos caso de câncer de mama e ovário no Brasil em 2018 é de 59.770 e 6.150

Exames para comprovação de alterações genéticas ainda não são acessíveis pelo SUS

Cláudio Isaías

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A estimativa de novos caso de câncer de mama e ovário no Brasil em 2018 é de 59.770 e 6.150, respectivamente, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Estudos revelam que 5% a 10% dos casos de câncer se desenvolvem a partir de alterações genéticas hereditárias.

Os dados foram apresentados pelo médico oncologista Rodrigo Santa Cruz Guindalini, coordenador do Centro de Genética e Prevenção do Câncer do Grupo CAM, que participou, nesta terça-feira, de um encontro realizado pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) que discutiu as alterações nos genes BRCA1 e BRCA2, associados ao aparecimento de câncer de mama e ovário.

O encontro foi realizado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. O evento reuniu mulheres que identificaram a presença de mutação nestes genes, no caso pacientes de câncer de mama, de ovário ou mesmo sem a manifestação de tumores. Segundo Guindalini, que palestrou sobre a "História Natural do Câncer Hereditário", os genes BRCA1 e BRCA2 são responsáveis pela incidência de 5 a 10% dos casos de câncer de mama e uma em cada cinco mulheres com câncer de ovário apresenta uma mutação hereditária, sendo o BRCA a mutação mais comum.

A alteração nos genes pode ser comprovada através de exames genéticos em pessoas elegíveis para o teste com um dos seguintes casos: câncer de mama; câncer diagnosticado antes dos 50 anos; mais de um câncer de mama diagnosticado; mutação genética BRCA1/BRCA2 na família; histórico de câncer de mama em parentes de primeira, segunda ou terceira geração e ancestralidade judaica ashkenazi.

Todas as pacientes com câncer de ovário são elegíveis para o teste genético. "A confirmação sobre a presença de mutação genética permite a adoção de medidas preventivas à manifestação do câncer, que devem ser discutidas com o médico, como a quimioprevenção ou a retirada cirúrgica das mamas e ovários. Conhecer a mutação dá a oportunidade a outros membros da família que podem carregar a mesma alteração analisar a necessidade de adotarem medidas profiláticas", destacou.

A presidente voluntária da Femama, a mastologista Maira Caleffi, disse que tramita no Congresso Nacional o projeto de lei 6262/13 que dispõe sobre a realização de exames de detecção de mutação genéticas dos genes BRCA1 e BRCA2. "Queremos divulgar esse grande problema do Rio Grande do Sul que é o câncer hereditário de mama e ovário. Existe uma alta porcentagem maior que outros estados e muitas mulheres não sabem disso", destacou. Conforme Maira Caleffi, as pacientes além do BRCA 1 e BRCA2, que foram os testes feitos pela atriz Angelina Jolie, precisam de um painel de mutações para que os médicos possam saber o tipo de doença e qual o melhor o tratamento.

Segundo a mastologista, o teste ainda não é acessível no Sistema Único de Saúde (SUS) e alguns planos de saúde dificultam o acesso com a demora para autorização. "Temos que fazer com que as famílias que tenham essa mutação procurem os centros especializados como é o caso do Núcleo Mama do Hospital Moinhos de Vento que possui esse atendimento integrado entre mastologistas, oncologistas e geneticistas", acrescentou.

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