Estofarias de Porto Alegre sofrem com falta de materiais

Estofarias de Porto Alegre sofrem com falta de materiais

Em função da pandemia, insumos começaram a faltar nos meses de julho e na primeira quinzena de agosto

Cláudio Isaías

Ulisses e Amanda relataram falta de tecidos e mantas em fibras utilizados em sofás e poltronas

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As estofarias de Porto Alegre, em função da crise causada pela pandemia do coronavírus, enfrentaram problemas como a falta de materiais para reformas de estofados. Produtos como espumas, tecidos, mantas em fibras e cintas de borracha começaram a faltar nos meses de julho e na primeira quinzena de agosto nos mais de 200 estabelecimentos existentes na Capital.

Na estofaria Torgo, na avenida Carlos Barbosa, no bairro Medianeira, o proprietário Ulisses Torgo Pires e a esposa Amanda dos Santos informaram que produtos como tecidos e mantas em fibras utilizados em sofás e poltronas estiveram em falta. "São itens importados que só agora começaram a ser repostos", destacou ela. Na Estofaria e Decoração Pedrinho Eireli, na avenida Protásio Alves, também ocorreu a falta de produtos como cintas de borracha e espumas. "Foi impressionante porque as espumas sumiram do mercado", relatou um funcionário do estabelecimento.

Os meses de julho e parte de agosto foram considerados, tanto pela estofaria Torgo quanto pela Pedrinho, como os piores períodos para os estabelecimentos em termos de serviço em função da falta de material. Em uma estofaria da rua Jerônimo de Ornellas, no bairro Santana, os funcionários relataram que os produtos, em função da pandemia, apresentaram um aumento de preço significativo nos últimos quatro meses.

"A partir de abril, começou a faltar espuma e quem precisou do produto se viu obrigado a lidar com um aumento de até 100% nos preços por conta dos efeitos da pandemia", ressaltou o funcionário Ricardo Quevedo Oliveira. Os empresários destacaram ainda que os insumos tiveram um aumento de 5% a 8% no preço como foi o caso dos tecidos e de aproximadamente 8% nos insumos químicos utilizados para a fabricação de espumas.

No caso das espumas, eles atribuíram os aumentos do produto à liberação da atividade industrial e ao fato de que as vendas iniciaram em ritmo que ninguém tinha como prever, ao ponto de demandar reabastecimento dos estoques. Já a produção dos insumos precisa de mais tempo para se equilibrar e a logística das empresas estrangeiras passa por adequações. A previsão das estofarias de Porto Alegre é que os estoques e o consumo devem se normalizar nos próximos 30 a 45 dias. “Com a paralisação das empresas em março e abril, o consumo dos insumos foi a zero", ressaltou Oliveira ao explicar que novos embarques dos produtos foram suspensos em função da Covid-19.


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