Estragos da chuva prejudicam moradores e comércio de Esteio

Estragos da chuva prejudicam moradores e comércio de Esteio

AES Sul e RGE somam mais de 100 mil clientes sem abastecimento de energia

Karina Reif

Biblioteca de escola pública ficou alagada em Esteio

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O eucalipto que tombou sobre os fios da energia elétrica e derrubou um poste em Esteio no sábado, seguia interrompendo a rua Anchieta na manhã desta segunda-feira. Técnicos da AES Sul trabalhavam no local para restabelecer o serviço de energia elétrica. Cerca de 9 mil estavam sem luz na cidade hoje. Ainda havia muitas árvores caídas, telhas e materiais de construção espalhados pelas vias do bairro Novo Esteio. “Estamos sem contato com o mundo. Não tem como carregar o celular sem luz. Não podemos ouvir o rádio, nem sair de casa, porque os cabos estão na frente do portão”, comentou a professora Eli Farensena, 53 anos. Ela e o marido compraram gelo para armazenar os alimentos. “Estamos usando isopor”, disse.

Para não perder as clientes agendadas, a cabeleireira Jaini Pochnann, 52 anos, abriu o salão na principal avenida do bairro Novo Esteio, a Celina Chaves Kroeff. No escuro, ela tingia o cabelo de uma cliente. “A gente tenta trabalhar como pode. Fico devendo a escova, porque não tem luz para ligar o secador. Para lavar a cabeça, esquento a água no fogão”, explicou.

A equipe da Unidade Básica Novo Esteio só podia fazer curativos e procedimentos simples. Sem luz, as consultas eletivas marcadas foram canceladas. Pelo menos cem pessoas que utilizam o posto diariamente ficaram sem o serviço.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Luiza Silveira de Fraga foi destruída pelo vento. Segundo a diretora, Maria Joana Pereira Machado, a rede elétrica ficou comprometida, o ginásio foi destelhado e quatro salas do piso superior ficaram desprotegidas. O forro cedeu e as telhas voaram. Parte do acervo da biblioteca foi perdido, já que ela ficou quase toda inundada. “Espero que até 19 de fevereiro, quando começam as aulas, esteja tudo consertado”, disse. Na instituição de ensino, estudam 614 alunos desde a educação infantil até o 9º ano.

A AES Sul informou que, na manhã desta segunda-feira, já havia restabelecido 80% do fornecimento dos clientes atingidos pela tempestade do fim de semana. Quase 90 mil ainda não tinham luz até o final da manhã. Mais de 1,5 mil profissionais trabalhavam em campo. A RGE tinha 15 mil pontos sem luz até o início da tarde, nas regiões de Cruz Alta, Santo Ângelo, Taquara e Nova Prata.

Outro problema na região Metropolitana foi a falta de abastecimento de água. A Corsan explicou que a falta de energia ocasionou a interrupção do serviço em Canoas. Cachoeirinha e Gravataí também foram atingidas porque o sistema é interligado.

A Corsan atuava emergencialmente com o auxílio de caminhões-pipa, para atenuar o desabastecimento nessas cidades. Como medida de contingência, a companhia instalou um novo gerador na ETA de Esteio, elevando a sua produção em 300 litros por segundo. Isso permitiu o aumento do envio de água para o bairro Mathias Velho (Canoas).

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