Estudantes indígenas reivindicam a construção de uma Casa do Estudante Indígena

Estudantes indígenas reivindicam a construção de uma Casa do Estudante Indígena

Membros dos povos Kaingang, Xokleng e Guarani entraram em prédio da Prefeitura de Porto Alegre na noite deste domingo

Correio do Povo

Ação aconteceu na tarde deste domingo

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A Prefeitura de Porto Alegre confirmou a ocupação por um grupo de estudantes indígenas, na tarde deste domingo, do antigo prédio da Secretaria da Produção, Indústria e Comércio (Smic), que fica entre a avenida Osvaldo Aranha e o Túnel da Conceição prédio, em frente ao Campus Centro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS). De acordo com os representantes dos povos Kaingang, Xokleng e Guarani, tratam-se de 60 indígenas que reivindicam a construção de uma Casa do Estudante Indígena. 

O Executivo pontua que já nesta segunda-feira a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) receberá representantes do grupo para ouvir as demandas e a Procuradoria-Geral do Município (PGM) irá avaliar as medidas jurídicas cabíveis. Mais cedo, o coordenador dos Povos Indígenas, Imigrantes, Refugiados e Direitos Difusos, Mario Fuentes Barba, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, esteve no local dialogando com as lideranças do movimento em busca de uma solução pacífica para o conflito. 

Conforme o coletivo indígena, a luta é para que eles não sejam só "colocados para dentro dos muros das salas" sem que possam estudar dentro da visão de mundo que acreditam e vivem. "É preciso o básico, como moradia, alimentação, cuidado com os filhos, respeito à cultura", diz trecho do comunicado divulgado. O local onde os estudantes estão está abandonado há cinco anos e foi devolvido à Prefeitura no começo do mês de fevereiro.

A reivindicação de uma casa destinada aos estudantes indígenas destaca o fato da Casa do Estudante da UFRGS não aceitar crianças. "Algumas mulheres já viveram na Casa do Estudante da UFRGS tendo que esconder seus filhos, pois o regimento interno da casa não permite crianças. Os vigias e seguranças fingiam que não viam, mas a necessidade de esconder. Imagina viver assim?", questiona a carta.


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