Estudo aponta antirretroviral contra HIV com efeito prolongado
Método de prevenção de ação prolongada pode oferecer uma opção mais fácil e discreta
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Um estudo envolvendo o antirretroviral injetável Cabotegravir sugere que a droga pode ter ação prolongada para impedir o vírus do HIV entre homens que fazem sexo com homens e mulheres trans.
De acordo com o infectologista e pesquisador Breno Riegel do Santos, do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), onde ocorrem os testes, a descoberta marca a primeira vez que um ensaio clínico em larga escala mostrou que uma forma sistêmica e de ação prolongada da prevenção do HIV é altamente eficaz.
De acordo com Riegel, injetado uma vez a cada 8 semanas, o Cabotegravir evita com segurança e eficácia a aquisição do HIV entre homens que fazem sexo com homens e mulheres trans.
O estudo - patrocinado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), que faz parte do Instituto Nacional da Saúde (INS) dos Estados Unidos - também avalia o Cabotegravir injetável de ação prolongada para a prevenção do HIV em mulheres. "Esse remédio dá tranquilidade e um conforto muito grande, porque é injetável e o paciente faz aplicação a cada dois meses", observa.
Segundo Santos, o estudo, que envolve homens jovens com vida sexual ativa, comprova que o remédio injetável previne infecção por HIV. Ele alerta que o remédio evita que essas pessoas possam desenvolver novas infecções por outras doenças sexualmente transmissíveis. "Hoje em dia, todo mundo sabe como funciona o HIV, tem informação suficiente para tomar decisão de adotar medidas preventivas, mas continua se expondo", completa.
Conforme Santos, esse método de prevenção de ação prolongada pode oferecer uma opção mais fácil e discreta, que pode ser mais desejável para algumas pessoas. "Resultado desse estudo é um avanço extraordinário", completa.