Evento debate avanços e desafios na concessão de rodovias gaúchas

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) promoveu o debate "Infraestrutura rodoviária e atração de investimentos para o Rio Grande do Sul", no evento "Diálogos de Rodovias", que ocorreu nesta segunda-feira no Palácio do Comércio, na Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul). O objetivo de trazer essa discussão para o Estado é devido à robustez do programa de concessões de rodovias no Estado. Na pauta, foram abordados os avanços do novo programa de concessões, além de aspectos sobre modelagem, licitação e regulação das concessões de rodovias.

O presidente da ABCR, Marco Aurélio Barcellos, ressaltou que a intenção é ampliar o debate e aprofundar o olhar técnico no Rio Grande do Sul. Um dos pontos apresentados é a implementação do free flow. "É uma substituição ao sistema que conhecemos hoje de cobrança de pedágios por um pórtico tecnológico", explica, enfatizando que já há uma lei federal que regulamenta o tema, mas que é necessário o diálogo para o estabelecimento e o entendimento desse novo modelo.

O secretário de Desenvolvimento Extraordinário do Rio Grande do Sul, Leonardo Busatto, considera o interesse em fazer esse evento no Estado como reconhecimento à importância do projeto rodoviário. "Ter uma visão de fora é fundamental para reunir elos que operam no segmento", reforça. O secretário concorda que o free flow é uma ferramenta mais justa, mas admite que não há viabilidade de execução neste momento. "O Estado hoje não tem dinheiro para investir na malha rodoviária, por isso a importância da concessão para melhorar a logística tanto para empresas quanto para os usuários", reitera.

Busatto disse que há uma proposta de investimento de R$ 10,6 bilhões, valor que deve ser aplicado em 30 anos, e convertido na estruturação de 700 quilômetros a mais de rodovias duplicadas. "Hoje temos somente 12% da malha duplicada e estamos falando de chegar a quase 80%", afirma. Ele destacou que com os investimentos que serão incluídos, o valor pode ultrapassar os R$ 11 bilhões. “Seria o maior valor investido em rodovias no Estado, ainda mais nas que concentram o maior PIB, maior população e transportam as principais cargas do Estado”, avalia.

A publicação dos editais está prevista ainda neste mês e para janeiro de 2022. O secretário ressalta que o principal problema da malha rodoviária gaúcha é o alto volume de tráfego, a manutenção das rodovias, congestionamentos e a insegurança, questões que devem diminuir com o projeto de concessão. "É a única saída para dar um salto logístico, melhorando as rodovias e com retorno certo de investimento", enfatizou.