Evo Morales aconselha países a estatizarem recursos naturais
Presidente da Bolívia condenou o sistema capitalista e o conceito de economia verde em reunião da Rio+20
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“Os serviços básicos jamais podem ser privatizados. É obrigação do Estado”, disse Evo. “A economia verde é o novo colonialismo para submeter os povos e os governos anti-capitalistas. Coloniza e privatiza a biodiversidade a serviço de poucos. Verticaliza os recursos naturais e transforma a natureza em uma mercadoria. A economia verde converte todas as fontes da natureza em um bem privado a serviço de poucos”, criticou.
Ele falou por 14 minutos, embora o limite fosse cinco, e parafraseou o ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, ao dizer “acabe com a fome, não com o homem. É preciso pagar a dívida ecológica e não a dívida externa”.Morales acusou os países mais ricos de quererem obrigar os países do Sul a serem os guardiões pobres das florestas e afetarem sua soberania ditando como devem utilizar seus recursos naturais. “Querem criar mecanismos de intromissão, para julgar e monitorar nossas políticas nacionais com argumentos ambientalistas”, declarou.
“Não é possível que uma civilização de cerca de 200 anos ou 300 anos tenha conseguido destruir a vida harmônica que os povos indígenas desfrutaram durante mais de 5 mil anos”, disse Morales, que foi muito aplaudido, sobretudo, devido à presença de líderes indígenas presentes na plenária.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que também falou na plenária foi breve e ameno em seu discurso e disse acreditar que a conferência chegará a alcançar um modelo de desenvolvimento coerente com os interesses sociais e econômicos dos países. “O legado do Rio continua vivo e deve continuar assim para o bem das futuras gerações.”