Exército nega pedido para vigiar túmulo de Jango em São Borja
Prefeito havia solicitado às Forças Armadas proteção até exumação do corpo do ex-presidente
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O prefeito lamentou a decisão e informou que foi criticado por pedir apoio das Forças Armadas, já que Jango foi deposto por militares no Golpe de 64. O comandante da Guarnição Federal (Exército) em São Borja, tenente-coronel André Alvares, disse que não tem competência para decidir sobre a solicitação do prefeito – feita diretamente a ele. O militar explicou que o pedido deve ser encaminhado ao Ministério da Defesa.
Uma empresa privada deve vigiar o local, segundo a prefeitura. O objetivo é resguardar o túmulo de vandalismos ou depredações até a exumação do corpo, já que a Comissão Nacional da Verdade (CNV) anunciou que pretende abrir a sepultura para tentar esclarecer as causas da morte do ex-presidente.
A exumação pode ter um resultado inconclusivo, admitiu no início do mês Rosa Cardoso, integrante da CNV. “O nível de decomposição da massa óssea pode ser grande demais, impedindo que cheguemos a uma assertiva”, declarou. Ainda não há data para ocorrer a abertura da sepultura. Peritos da Argentina, Uruguai, Chile e de outros países que tenham tecnologia para esse tipo de trabalho serão convidados para colaborar. O objetivo da participação estrangeira também é dar mais transparência ao trabalho, conforme a CNV.
O ex-presidente morreu em 1976 durante o exílio em Mercedes, na Argentina. Em 2006, o ex-agente da ditadura uruguaia Mario Neira Barreiro revelou que Jango foi envenenado. A versão oficial, no entanto, indica que o óbito foi consequência de um ataque cardíaco.