Expositores do Brique da Redenção reclamam da presença dos camelôs

Expositores do Brique da Redenção reclamam da presença dos camelôs

Artesãos pedem a colocação de uma viatura permanente da Guarda Municipal para inibir a ação

Cláudio Isaías

Expositores do Brique da Redenção reclamam da presença dos camelôs

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Os 300 expositores do Brique da Redenção não sabem mais a quem recorrer para tentar conter a invasão dos camelôs. O espaço está perdendo a sua característica de principal evento cultural da cidade. O desabafo foi feito pelo presidente da Associação dos Artesãos do Brique da Redenção, Evilázio Domingos, ao explicar que a avenida José Bonifácio é uma área de lazer e não de camelôs.

"Além disso, esse pessoal que invade a via está descumprindo uma lei municipal que diz que o espaço público deve ser ocupado pelo povo e não para a comercialização de produtos", ressaltou. Domingos, que expõe há 32 anos no Brique, afirmou que a categoria trabalha duro durante toda a semana esperando a chegada do domingo para poder mostrar a sua produção ao público.




"Temos regras como lista de presença e de não poder vender produtos que não são feitos pelos profissionais. No entanto, na nossa frente, os camelôs comercializam o que bem entendem", lamentou. Domingos disse não ter nada contra os ambulantes, mas entende que o lugar deles não é na avenida José Bonifácio. "Esse pessoal, normalmente atua em diversos pontos da cidade. O Brique da Redenção é o sétimo dia de trabalho deles, enquanto o domingo é a única oportunidade de mostrarmos a nossa produção para quem visita o mais tradicional espaço de lazer da cidade", destacou.

Por volta das 10h deste domingo, os ambulantes começaram a se instalar na frente das bancas dos artesãos. No local, estavam sendo comercializados cuias, garrafas térmicas, roupas, sapatos, brinquedos, mantas, toucas e casacos ao longo da José Bonifácio. A maior parte dos camelôs fica concentrada nas proximidades do Colégio Militar. Segundo Domingos, a administração municipal possui o maior descaso com o Brique. "Nunca tinha visto uma situação como essa.

Não temos fiscalização e vontade política de melhorar esse local", acrescentou. O presidente da Associação dos Artesãos do Brique Redenção sugeriu a colocação de uma viatura permanente da Guarda Municipal de Porto Alegre, na avenida José Bonifácio, como forma de inibir a instalação dos ambulantes. Domingos disse que já presenciou camelôs vendendo os mesmos produtos feitos pelos artesãos.

"Lamentavelmente, o Brique está tomado de ambulantes. Todo mundo que está aqui passou por uma seleção, conquistou o espaço, e produz sua própria arte. Vivemos situação de uma concorrência desleal com ambulantes que compram objetos no Paraguai e vendem aqui", acrescentou.

Estava prevista a realização de uma fiscalização no Brique da Redenção, o que acabou não ocorrendo em razão de que os fiscais estavam atuando na Orla do Guaíba. O diretor de Promoção Econômica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (SMDE), Luis Antônio Steglich, afirmou que são feitas fiscalizações constantes para coibir o comércio irregular em meio aos expositores.

As ações contam sempre com a parceria da Guarda Municipal em razão da possibilidade de confronto entre ambulantes e fiscais da secretaria. As denúncias de comércios irregulares poder ser feitas através do telefone 156 Criado em 1978, o Brique da Redenção, é um dos pontos mais visitados pelos porto-alegrenses. O local recebe cerca de 50 mil visitantes por domingo e conta com expositores de artesanato, de antiguidades, de artes plásticas e de gastronomia.

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