Fórum de proteção animal repudia declarações de atirador

Fórum de proteção animal repudia declarações de atirador

Em carta, Wellington defende que eles são seres que precisam de mais carinho que os humanos

Correio do Povo

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O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal emitiu um comunicado, nesta sexta-feira, repudiando as declarações de Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, atirador que matou 12 alunos na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, na zona Oeste do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira. Na nota, a presidente da entidade, Sônia Peralli Fonseca, afirma que nenhuma instituição dedicada à causa deverá se interessar pela doação que o criminoso faz em sua carta de despedida.

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No comunicado, Oliveira manifestou o desejo de doar um imóvel em Sepetiba a algum órgão de defesa dos animais, alegando que eles “são seres muitos desprezados e precisam de muito mais proteção e carinho que os humanos”. O fórum, em sua nota, afirma não entender como uma pessoa “capaz de tamanha atrocidade contra crianças poderia ter algum sentimento positivo em relação a outras formas de vida”.

A nota lamenta a perda das crianças e afirma que os protetores de animais, além de possuírem essa função, também são pais, filhos e irmãos. "E assim podemos nos colocar no lugar dessas pessoas que agora choram a perda, ou o risco de perda, da vida de seus entes mais queridos", completa o comunicado.

Leia a nota na íntegra:

O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, órgão colegiado que agrega uma centena de entidades de proteção animal de todos os estados brasileiros, vem a público manifestar sua solidariedade às famílias das vítimas alvejadas na manhã desta quinta-feira, 7 de abril, na escola municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro.

Nós, que nos dedicamos a defender os animais da crueldade e da violência, lastimamos todo e qualquer
derramamento de sangue, e sobretudo, lamentamos a perda de vidas inocentes. Desejamos ardentemente que o pais e familiares das crianças feridas e assassinadas encontrem algum consolo nesta hora de dor imensurável.

Chegou ao nosso conhecimento que o autor da referida barbárie manifestou, em sua carta suicida, o desejo de doar um imóvel para alguma entidade de proteção animal. Afirmamos, porém, que nenhuma instituição dedicada à defesa da vida haverá de se interessar pela pretensa bondade póstuma de um assassino.

Também não entendemos como um ser humano capaz de tamanha atrocidade contra crianças poderia ter algum sentimento positivo em relação a outras formas de vida. Decerto, seu comportamento pode e deve ser creditado a uma perturbação mental de extrema gravidade, que, infelizmente, teve como desfecho esta tragédia.

Nós, protetores de animais, também somos pais, mães, irmãos e irmãs, filhos e filhas, avós, netos... E assim podemos nos colocar no lugar dessas pessoas que agora choram a perda, ou o risco de perda, da vida de seus entes mais queridos.

Com profunda consternação, subscrevemo-nos,

Sônia Peralli Fonseca
Presidente - Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal


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