Falta conhecimento aos empreendedores brasileiros

Falta conhecimento aos empreendedores brasileiros

Brasil ocupa terceira posição no ranking de empreendimentos

Fernanda Pugliero / Correio do Povo

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A falta de conhecimentos para iniciar o planejamento de um novo um negócio é a principal dificuldade daqueles que almejam empreender no Brasil. O país ocupa a terceira posição entre os mais empreendedores do planeta, atrás da China e dos Estados Unidos. No entanto, a taxa de fechamento das empresas brasileiras nos primeiros dois anos de atividade fica em 26,9%. O índice gaúcho equipara-se ao nacional.

Há 10 anos, no entanto, as perspectivas de sucesso eram menores. Em 2004, pelo menos metade dos novos negócios fracassavam nos primeiros dois anos. Ter o próprio negócio é um dos três principais sonhos do brasileiro, perdendo apenas do desejo de comprar a casa própria e viajar, segundo dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, feita em 68 países em 2013 e publicada no início desse ano.

No Brasil, o estudo é patrocinado pelo Sebrae e realizado pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No ranking dos sonhos dos brasileiros, o desejo de fazer carreira em uma empresa já consolidada aparece em oitavo lugar. A pesquisa identificou ainda que o empreendedor brasileiro é mais escolarizado e jovem. Cerca de 50% dos empreendedores com até três anos e meio de atividade têm entre 18 e 34 anos. Em empresas que estão há mais tempo no mercado, apenas 25% dos funcionários estão nessa faixa etária.

Para superar o despreparo e o medo do fracasso, uma das alternativas é procurar capacitação. “A principal dificuldade para abrir um negócio é, na maioria das vezes, o próprio empresário. Existe uma série de coisas que o empreendedor nem sabe que precisa saber”, aponta a gerente de atendimento individual do Sebrae, Vivian Ferran.

A elaboração de um plano de negócios deve ser o primeiro passo do planejamento. Nessa etapa, o empreendedor lista todas as necessidades dentro de seu negócio, incluindo seguro, licenças, despesas com pessoal, equipamentos, tempo de locação de imóvel, contratos, custos gerais de funcionamento, entre outros. Estudos de viabilidade também podem ser elaborados para avaliar riscos. “Ao elaborar um plano, as pessoas começam a se dar conta que precisam buscar algumas informações que não possuem”, afirma.

A questão da baixa inovação nos negócios também acarreta problemas. No Brasil, muitos negócios fracassam pela perda constante de clientes, causada principalmente pela incapacidade de inovar. “Temos um campo enorme ainda a ser explorado, até porque o brasileiro é criativo.”

No Estado, 243 mil negócios


Em 41 anos de existência, o Sebrae bateu seu próprio recorde de atendimentos a empreendedores no ano passado. Apenas no Rio Grande do Sul, a entidade ajudou 55 micros e pequenas empresas. “O Sebrae é um porto seguro para as pessoas que desejam empreender e para as que já empreendem”, afirma o presidente do Sebrae/RS, Vitor Augusto Koch.

No Estado, 243 mil negócios foram formalizados nos últimos anos. No Brasil, a ação criada pelo governo federal criou 4,3 milhões de empresas. “Uma economia legalizada é muito mais desenvolvida. Hoje, 450 municípios gaúchos regulamentaram a lei e 157 a implementaram”, completa Koch.

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