Família de vítima de dengue em Santo Ângelo reclama do atendimento

Família de vítima de dengue em Santo Ângelo reclama do atendimento

Prefeitura do município do Noroeste do Estado iniciou aplicação de inseticida

Paulo Ziembowicz

Inseticida foi aplicado nas ruas de Santo Ângelo

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Passada uma semana do óbito, o sentimento da família da primeira vítima de dengue no RS neste ano – que era uma mulher de 41 anos – é de indignação. Os pais da vítima, Valdir e Eulália de Lima, demonstraram insatisfação com a forma como ocorreu a morte da filha, ocorrida em Santo Ângelo, no Noroeste do Estado. O hospital garante que os procedimentos foram os corretos.

Eulália conta que os sintomas começaram na terça-feira, dia 17, quando sua filha apresentou febre e dor de cabeça. “Ela foi atendida no pronto socorro do hospital Santo Ângelo, mas os médicos mandaram para casa dizendo que era gripe”. Continuando os sintomas, a mulher voltou ao hospital na quinta-feira dia 19, e nesse dia, segundo a mãe, foi feito um exame de raio X. “Os médicos disseram que era uma pontada de pneumonia e mandaram ela de volta para casa.”

A mãe relatou que começou a suspeitar de dengue, mas a filha contou que havia falado isso com os médicos, que afirmavam não se tratar da doença. No domingo, a vítima seguiu com vômitos e fortes dores no corpo, procurando novamente o pronto socorro do hospital durante à tarde, quando foi internada e passou para a UTI. No começo da manhã de segunda-feira morreu por volta das 7h. “Acredito que se houvesse um melhor atendimento na primeira vez que minha filha esteve no hospital, hoje ela estaria salva”, afirma.

Diretor do pronto socorro garante que atendimento foi dentro do protocolo


O diretor técnico do Hospital Santo Ângelo, Edison Vargas, confirmou o óbito da paciente de 41 anos, por dengue na manhã do dia 23. Segundo ele, a senhora procurou o hospital por três vezes: “A primeira no dia 17, quando o médico de plantão a examinou, medicou e foi liberada. Na segunda vez, dia 21, a paciente retornou ao hospital, fez novos exames e ficou na observação aguardando o resultado. Quando o médico retornou com o resultado verificou que a paciente evadiu-se da sala de observação”. No final da tarde de domingo, dia 22, a mulher chegou ao hospital sendo trazida por uma ambulância do SAMU.

“Após ser atendida na emergência, foi imediatamente encaminhada para a UTI, devido ao agravamento do seu estado de saúde”, afirmou. O óbito foi atestado às 7h do dia 23, por septicemia.

Vargas salienta que os procedimentos do hospital estão de acordo com o que estabelece os protocolos do setor de emergência para esse tipo de atendimento. "Na UTI foram tomadas as medidas adequadas para o caso. No entanto, com o rápido agravamento do quadro de infecção, a paciente não resistiu e morreu”, frisou.

Prefeitura inicia aplicação de inseticida

Após a confirmação da morte por dengue na cidade, a vigilância ambiental da 12ª Coordenadoria Regional de Saúde, iniciou a aplicação de inseticida para combater o mosquito Aedes aegypti. Utilizando o equipamento UBV pesado (fumacê), houve a dedetização de 16 quarteirões num raio de 300 metros a partir da residência da vítima, no bairro José Alcebíades de Oliveira, zona Leste de Santo Ângelo.

Elso Rezende da Silva, coordenador da vigilância ambiental da 12ª CRS explica que o inseticida serve para combater o mosquito. “Se essa ação não surtir o efeito desejado, vamos efetuar uma nova aplicação em cinco dias”, disse o técnico. A Secretaria Municipal da Saúde registrou até esta terça-feira a notificação de 35 casos suspeitos de dengue em Santo Ângelo. São dois casos autóctones confirmados. Além da morte da mulher, outro caso, de um homem, morador do mesmo bairro foi confirmado estar contaminado.

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