Famílias organizadas pelo MTST ocupam terreno no Sarandi
São comunidades da zona Norte em situação de abandono público e ameaça de remoção forçada
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“A região reflete a dinâmica do aumento da moradia precária na cidade. Hoje existem mais de 4 mil moradias em situação precária, com mais de 14 mil pessoas residindo em favelas e que há anos enfrentam uma realidade grave de violação de direitos humanos pela prefeitura”, afirmou. Ele citou, como exemplo, a situação com as famílias que moram na Ocupação Progresso e nas vilas Nazaré e Dique.
Nos últimos anos, lembrou Osório, a zona Norte tem recebido grandes obras, promovendo uma expansão urbana que não considera a demanda habitacional da região. “Pelo contrário, os investimentos e melhorias em equipamentos e serviços públicos são negados para essas comunidades. Como é o caso do projeto de ampliação do Aeroporto que tem sido utilizado como mecanismo de expulsão das famílias, fragmentação comunitária e rupturas dos vínculos familiares e trabalhistas”, afirmou. Osório destacou ainda que a principal pauta de reivindicação desta ocupação é a moradia digna, garantindo a regularização e urbanização para as famílias da região.
Recursos do Demhab fora reduzidos
O diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Mário Marchesan, argumenta que os dados de 2010 estão defasados. “O déficit habitacional está estimado em 50 mil unidades e há 38 mil em fase de regularização”, afirmou. Conforme Marchesan, o município esbarra em grandes limitações de recursos federais. “A política habitacional depende fundamentalmente de recursos do FGTS e do orçamento geral da União, fortemente reduzidos pela crise financeira”, explicou.
Ainda de acordo com ele, o êxodo para grandes centros urbanos e a ausência de transporte de massa fazem com que as populações queiram se instalar próximas de zonas de maior oferta de emprego e de serviços. “Alterações na legislação de regularização fundiária, e parcerias, devem amenizar as dificuldades até o retorno do crescimento”, disse. A revisão da matriz de valores do IPTU, segundo Marchesan, deve ajudar muito na solução destas distorções na ocupação do espaço urbano.
Ele ressaltou que o prefeito está buscando, junto à Câmara, justiça na tributação para equilibrar melhor estas diferenças.