Famílias protestam com fogo por novas moradias em Pelotas

Famílias protestam com fogo por novas moradias em Pelotas

Moradores bloquearam o principal acesso ao Pontal da Barra com pneus, colchões e pedaços de madeira

Luciara Schneid / Correio do Povo

Famílias do Pontal da Barra protestam com fogo em Pelotas

publicidade

As mais de 50 famílias moradoras do Pontal da Barra, em Pelotas, realizaram protesto, no início da noite desta quarta-feira, contra a falta de informações das novas moradias. As casas estão sendo construídas pela prefeitura e foram prometidas pela Secretaria de Habitação para novembro do ano passado. Os moradores planejam novas manifestações para os próximos dias.

De acordo com os representantes do grupo, a promessa da Secretaria de Habitação era de que até o dia 9 de novembro eles seriam realocados para o loteamento Eldorado, próximo ao aeroporto. O prazo, no entanto, expirou e, até agora, eles não foram informados sobre a situação. Em nota para a imprensa, no final de dezembro, a secretaria afirmou que as famílias do Pontal da Barra seriam transferidas no dia 20 deste mês.

Por volta das 19h, eles bloquearam o principal acesso à vila. Pneus, colchões e pedaços de madeira serviram de combustível para o fogo, que impedia a passagem de pessoas no local. Do outro lado, no sentido Barra-Laranjal, havia mais chamas.

A situação, que já é crítica (são todos posseiros e vivem em casas de madeira improvisadas), piorou após uma operação realizada pela Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) em parceria com a Brigada Militar (BM). No início da tarde, foi constatado furto de energia elétrica e toda a fiação que ligava um dos postes de luz às residências do Pontal da Barra foi desconectada e apreendida. “Esta é uma situação de risco tanto para os moradores como para quem trafega por aqui”, informou um dos técnicos da companhia que trabalhava no local.

A explicação da comerciante e residente do Pontal da Barra há mais de dez anos Célia Carvalho é de que o furto só acontecia porque os pedidos pela regularização da luz nunca foram atendidos. “Estamos desde 2004 lutando por isso. E agora, que estamos prestes a sair daqui, eles nos deixaram no escuro.” Os manifestantes afirmam que a energia é necessária para manter um equipamento de tratamento de um bebê e mercadorias nos congeladores dos dois únicos armazéns da localidade.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895