Famílias seguem fora de casa na região metropolitana

Famílias seguem fora de casa na região metropolitana

Defesa Civil afirma que rio sobe 1 cm por hora em Sapucaia do Sul

Fernanda Bassôa

Moradores do bairro Fortuna, em Sacapucaia do Sul, se deslocam com barcos

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A chuva parou, o sol apareceu, mas o nível do rio dos rios Sinos e Gravataí segue aumentando e preocupando ainda mais os moradores das cidades da região metropolitana nesta terça-feira. Em Sapucaia do Sul, 335 pessoas estão abrigadas fora de suas moradias. Destas, 29 estão alojadas na Associação de Moradores do bairro Fortuna e outras 26, no Carioca. Nestas localidades, o rio chegou a marca dos 5,02 metros por volta das 14 horas.

O coordenador da Defesa Civil da cidade, Clóvis Pereira, informou que o rio sobe, em média, 1 cm por hora. “Em setembro, a precipitação total chegou a 224,7 mm. Do dia 8 à 13 de outubro já choveu 156 mm. Acreditamos que este mês termine com uma precipitação bem superior ao mês de setembro”, disse. Segundo Pereira, todos os órgãos da prefeitura de Sapucaia estão mobilizados e preparados para eventuais alterações. O operador de caldeira, Robson Caetano Machado, 34 anos, que reside no final da rua Sebastião Fauth, no bairro Fortuna, um dos locais mais atingidos pela cheia, ainda aguardava ajuda de equipes da prefeitura. “No pátio, a água bate na cintura. Dentro de casa já passa da canela.”

Em Cachoeirinha, o rio Gravataí chegou a 5,50m, enquanto que o normal gira em torno de 1,60 m. “Onze famílias do bairro Olaria estão abrigadas no Ginásio Municipal e mais cinco famílias foram removidas hoje para o Loteamento Chico Mendes. Além das 5, outras 71 já foram remanejadas desde as chuvas de julho. O bairro Olaria, ribeirinho ao Gravataí, vai deixar de existir”, disse o coordenados da Defesa Civil de Cachoeirinha, Fernando Kern, salientando que mais 25 aguardam transferência. “No Meu Rincão, as 20 pessoas que haviam procurado abrigo na casa de parentes, aos poucos retornam para suas moradias”, disse.

Em Alvorada a situação ainda é preocupante. O nível do arroio Feijó subiu cinco centímetros de segunda para terça-feira e, de acordo com a Defesa Civil, ainda há 15 ruas alagadas nos bairros Americana, Nova Americana e Vila Barcelos. A prefeitura soma 1.088 pessoas atingidas e 274 residências atingidas. Até o momento, conforme o coordenador da Defesa Civil de Alvorada, Márcio Motta, 145 pessoas estão alojadas na casa de parentes e outras 47 pessoas procuraram abrigo junto a Prefeitura. Doações de colchões, alimentos e material de limpeza e higiene podem ser entregue na Secretaria Municipal do Trabalho e Desenvolvimento Social (Rua Wenceslau Fontoura, 126).

Em Canoas, o coordenador da Defesa Civil, Coronel Rodolfo Pacheco, informou, no início da tarde desta terça, que o rio dos sinos havia baixado 12 cm e que sacolas de comida e produtos de limpeza estavam sendo entregues as famílias da Praia do Paquetá. O motivo, segundo ele, era porque algumas pessoas resistiam em deixar as residências. “Roupas e alimentos estão sendo entregues nos abrigos improvisados nas Ruas da Barca e Berto Círio. A situação de Canoas é mais grave do que em julho, que choveu 330 mm. Agora, em apenas cinco dias, o acumulado foi de 196 mm”, relatou.

Em Gravataí, de 7 a 12 de outubro, o acumulado foi o mesmo de Canoas. “Há dez famílias desabrigadas, um total de 42 pessoas. Três ruas estão alagadas e 310 casas foram atingidas pela água. No entanto, a situação aqui é tranquila”, disse o coordenador da Defesa Civil do Município, José Frademir Lemos. Esteio, o rio do sinos estancou em 3,55 metros (desde as 6 horas) e as águas dos arroios Esteio e Sapucaia voltaram a baixar. As dez famílias atingidas no Jardim das Figueiras, aos poucos, retornam para casa.

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