Familiares acompanham buscas a veleiro argentino

Familiares acompanham buscas a veleiro argentino

Filhos de dois tripulantes de embarcação desaparecida no litoral do RS estão no Estado

Jéssica Mello / Correio do Povo

Filhos de dois tripulantes de embarcação desaparecida no litoral do RS estão no Estado

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Filhos de dois dos quatro tripulantes do veleiro Tunante II, que encontra-se à deriva no Litoral Sul há dez dias, estão em Porto Alegre para acompanhar as buscas. Luana Morales, filha de Horácio Roberto Morales, e Tomas Vernero, filho do capitão Alejandro Vernero, chegaram ao Estado na segunda-feira e já foram a Rio Grande e Canoas. “Viemos saber como são as buscas, pois estávamos muito angustiados lá na Argentina. Além disso, como são informações muito técnicas, preferimos acompanhar de perto para que nenhuma seja entendida errada”, conta Luana.

Segundo eles, o contato com a Marinha e a Aeronáutica era feito constantemente com a família, por meio do consulado da Argentina. “Os militares são otimistas, dizem que é muito provável que se encontre o barco, pois ainda há muita área para percorrer, mas isso pode demorar e estamos preparados para isso”, destaca Vernero. Já Luana, ao responder se estava preparada para uma espera mais longa, balançou negativamente a cabeça, com os olhos marejados.

A última conversa com os tripulantes da embarcação foi no dia 26 de agosto, às 23h50min. “Na ligação, eles falaram que estavam à deriva, que o mastro podia cair e que visualizavam um navio”, lembra Tomas Vernero. Durante a madrugada, o navio norueguês avistado anteriormente não fazia mais parte do campo de visão. No dia seguinte, mais um contato foi feito, mas dessa vez era possível escutar apenas o barulho do vento.

Os quatro amigos estavam se preparando desde outubro para participar de uma regata em fevereiro com o mesmo trajeto – Buenos Aires-Rio de Janeiro –, mas acabaram não se inscrevendo e decidiram fazer a viagem agora. Por esse motivo, navegaram outras vezes juntos para treinar e fazer a integração técnica do grupo. A ideia nesse momento era realizar o percurso em 20 dias, sem escalas, e deixar o veleiro no Rio de Janeiro até as próximas férias para seguir a viagem.

De acordo com Luana Morales e Tomas Vernero, todos os tripulantes são experientes em navegação. Alejandro, por exemplo, já cruzou o Oceano Atlântico. “Eles estão totalmente preparados para encarar situações críticas. Como dois são médicos, têm capacidade para atendimentos de primeiros socorros e são pessoas tranquilas. Além disso, são amigos muito unidos”, constata. Ainda conforme eles, as autoridades tiveram a consideração de explicar detalhadamente o que está sendo feito. “Isso nos conforta”, afirma Tomas. “Por isso, agradecemos pelo que estão fazendo pelos nossos pais”, completa a filha de Morales. Os outros dois tripulantes são Jorge Benozzi e Mauro Capuccio.

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