Farmácias distritais registram movimento intenso em Porto Alegre

Farmácias distritais registram movimento intenso em Porto Alegre

Procura ocorre após norma que proíbe enfermeiros de entregar medicamentos

Cláudio Isaias

publicidade

O movimento foi intenso na manhã desta quarta-feira nos 70 postos de saúde que realizam a distribuição de medicamentos em Porto Alegre. Além disso, muita gente nos últimos dias tem procurado as dez farmácias distritais onde os remédios estão sendo entregues por farmacêuticos.

O secretário municipal da Saúde, Fernando Ritter, disse que foi criado nos últimos dias uma força-tarefa nas unidades de saúde com outros profissionais entregando os medicamentos à população. “Os nossos profissionais de enfermagem querem trabalhar, mas estão com receio de um processo ético do conselho”, lamentou.

Segundo Ritter, nenhum município consegue contratar um enorme contingente de farmacêuticos de uma hora para outra. Além de não haver recursos financeiros em razão da crise econômica do país, conforme Ritter, existe ainda a Lei de Responsabilidade Fiscal e as imposições da eleição este ano, que impossibilitam a criação de cargos públicos neste período.

Desde o dia 29 de janeiro, o Conselho Regional de Enfermagem (Coren/RS) proibiu que enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem realizassem a entrega de medicamentos à população nas unidades de saúde da Capital. O presidente do Coren/RS, Daniel Menezes de Souza, disse que os profissionais de enfermagem estavam praticando o exercício ilegal da profissão de farmacêutico, além de um desvio de função da enfermagem.

“Cada categoria profissional tem que desempenhar a sua função. Chega de usar a crise econômica para justificar o desvio de função”, explicou.

Conforme Souza, os profissionais da enfermagem são essenciais na atenção básica da saúde e devem atender a população em serviços como consultas de enfermagem, vacinas, curativos, verificação de pressão, acompanhamento de pacientes, injeções, nebulizações, atendimento a gestantes, idosos e crianças e visitas domiciliares.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895