Farmácias e unidades de saúde de Porto Alegre apontam redução na procura por testes de Covid-19

Farmácias e unidades de saúde de Porto Alegre apontam redução na procura por testes de Covid-19

Farmacêutico acredita que busca por teste rápido volte a aumentar após período de carnaval

Felipe Samuel

Farmacêutico acredita que busca por teste rápido volte a aumentar após período de carnaval

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O aumento exponencial dos casos confirmados para Covid-19 em janeiro provocou uma verdadeira corrida por testes rápidos em farmácias de Porto Alegre. Após a aceleração do contágio e dos diagnósticos positivos para a doença - que geravam filas de espera na entrada dos estabelecimentos -, a busca por testes nas farmácias apresenta queda desde o início de fevereiro.

Em uma unidade da farmácia São João, localizada na avenida Assis Brasil, na Zona Norte, a média de testes diários não passa de dez. Farmacêutico responsável pelos testes rápidos, Fausto Marinho afirma que houve diminuição da procura por testes, o que acaba refletindo na ausência de filas para realizar o teste. "Em janeiro a procura foi altíssima. Fizemos mil testes, o que dá uma média superior a 30 por dia", destaca.

Conforme Marinho, apenas seis testes foram realizados na manhã de terça-feira. "É um número muito baixo", acrescenta. Apesar da diminuição da busca por testes rápidos, a expectativa é de que o movimento aumente após o Carnaval. Em outra unidade da mesma rede, localizada na mesma avenida, a situação era semelhante. "Diminuiu bastante. No início do ano cheguei a fazer 70 testes num só dia. Agora são em torno de 15 por dia", afirma a farmacêutica Camilla Aita, responsável técnica do estabelecimento.

Assim como houve queda da procura por testes, os diagnósticos positivos para doença também apresentaram redução. "O número de positivos diminuiu bastante. De 15 testes, por exemplo, agora no máximo 5 são positivos. É bem mais baixo em relação ao início do ano, quando chegava a 80%", compara. No Centro Histórico, o movimento em uma unidade da Agafarma, localizada na rua Duque de Caixas, também é menor em relação a janeiro.

Se no começo daquele mês a média de testes chegou a 30 por dia, agora não passam de dez. A farmacêutica Rubia Mocelin, proprietária e responsável técnica, afirma que desde o final de janeiro houve diminuição da procura por testes. "Agora a procura é bem baixa. Até final de janeiro e início desse mês há pouca procura. Na segunda fiz cinco testes, terça fiz 7. Não passa de dez por dia", relata.

O número de novos casos confirmados também diminuiu passando de 80% para cerca de 30%. "Antes 80% tinham resultado positivo, ou seja, de 10 testes 8 eram positivos", observa. Até o final de janeiro, o movimento era tanto que filas chegavam a se formar na entrada da farmácia em busca de testes. "Agora o pessoal chega e faz exame, mas a gente sempre pede para agendar", frisa. Sobre a redução da busca por testes, Rubia explica que isso se repete na maioria dos estabelecimentos. "Quando cai (movimento) para uma cai para todas. Não fica concentrado só em endereço", completa.

A diretora de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Caroline Schirmer explica que a busca por atendimento em unidades de saúde apresenta queda expressiva desde o final de janeiro, quando a rede de saúde chegou a atender 3,3 mil pacientes - no dia 24 daquele mês - com sintomas de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Na última sexta-feira, 900 pessoas buscaram atendimento com sintomas de SRAG. "Caiu bastante a procura por testes e as notificações de taxa de positividade. Tem menos pacientes buscando testes para Covid-19", ressalta.

Caroline explica que em novembro e dezembro a maioria dos testes realizados eram PCR, mas atualmente boa parte dos exames são testes rápidos, o que acaba facilitando o acesso à população. "Nossa taxa de positividade chegou a quase 50%. Agora está em torno de 30% a 35%. Ainda é alta se comparada ao final de novembro, que tinha média de 20% dos exames realizados", completa.

O movimento das tendas montadas para testes de Covid-19 também é menor. Na estrutura montada no Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS), na rua Sarmento Leite, no bairro Farroupilha, a média de testes chegou a 400 por dia. "Agora são em média 60 por dia", explica, acrescentando que a redução também se verifica nas outras tendas montadas pela prefeitura na Restinga, Tristeza, São Carlos e Assis Brasil. "Vamos manter essas estruturas depois do Carnaval", ressalta.


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