Fenômeno La Niña chega ao fim no Pacífico
Mudanças nos oceanos favorecem fim de verão com mais chuva no Estado
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O boletim de hoje do Noaa diz que “as anomalias de circulação atmosférica persistem de La Niña, mas as águas aqueceram consideravelmente no Pacífico Central”. Segundo o meteorologista-chefe Eugenio Hackbart, da MetSul Meteorologia, El Niño e La Niña são fenômenos oceânico-atmosféricos. “A atmosfera ainda age ainda por algum tempo como se estivesse em La Niña, mas as condições no oceano já não são típicas do fenômeno”, disse.
Segundo Hackbart, a região do Pacífico Equatorial passou nas últimas duas semanas por rápida transição de La Niña (águas mais frias que a média) para neutralidade (ausência dos fenômenos La Niña e El Niño). Na última semana, tanto a Meteorologia dos Estados Unidos como da Austrália informaram que anomalia da temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial foi de -0,4°C, valor que é considerado como de neutralidade. No Pacífico Leste, o aquecimento foi mais significativo e as águas estão 0,9°C acima da média, como se houvesse El Niño na região.
Segundo o diretor-geral da MetSul, o Pacífico Leste costuma ter uma influência forte e rápida no clima do Rio Grande do Sul, trazendo mais chuva quando está mais quente que a média – como neste final de fevereiro. “O cenário de aquecimento do Pacífico e as águas mais quentes também no Atlântico junto ao litoral gaúcho criam condição propícia para chuva com maior frequência e volumes mais altos neste fim de verão no Rio Grande do Sul”, sintetiza Hackbart.
A MetSul Meteorologia não descarta para os próximos meses a volta do El Niño, fenômeno caracterizado por águas superficiais mais quentes que a média no Pacífico Equatorial e que na maioria das vezes traz mais chuva e enchentes para o Rio Grande do Sul. A última ocorrência de El Niño foi durante a segunda metade de 2009 e no começo de 2010. Alguns modelos computadorizados que fazem projeções de clima para vários meses a frente, segundo a MetSul, aumentaram a possibilidade de condições de El Niño na metade do ano.
Fevereiro termina com águas mais quentes que a média entre o Centro e o Leste do Pacífico na região equatorial / Foto: Noaa / CP