Fepam vai fazer reunião para avaliar risco de óleo chegar à orla

Fepam vai fazer reunião para avaliar risco de óleo chegar à orla

Encontro discutirá ainda o que será feito para reduzir mancha no mar do Litoral Norte

Marco Aurélio Ruas

Reunião vai avaliar risco de óleo chegar à orla

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O engenheiro químico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), André Milanez, afirmou que na tarde desta sexta-feira vai ocorrer uma reunião com o objetivo de avaliar o que será feito para reduzir a mancha de óleo na praia de Imbé e o risco de ela chegar à orla. “Há barcos contratados pela Transpetro que já estão utilizando barreiras de absorção para reduzir o volume de óleo”, contou.

O profissional ainda reiterou que o incidente foi de pequenas proporções, e utilizou o vazamento ocorrido em 2012 como exemplo. “Naquele episódio vazaram 50 mil litros. O óleo se espalhou em oito quilômetros da orla de Tramandaí”, argumentou.

Se comparados os volumes dos vazamento, a proporção do incidente de quarta-feira representou 5% do que ocorreu há quatro anos. “Qualquer volume de óleo no mar preocupa, assim como todo óleo no mar tem impacto. Mas, neste caso, ele foi de pequenas proporções”, alegou Milanez.

O engenheiro químico também disse que, na tragédia de 2012, as válvulas de segurança não funcionaram como nessa semana. “Um lado fechou, o outro, não”, disse.

Por outro lado, a titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, delegada Marina Goltz, afirma que o vazamento pode causar danos ambientais, como mortandade de animais marinhos da região. “Não há como prever o que irá acontecer, mas é impossível descartar o impacto ambiental. O tempo é que vai dizer”, resumiu. A delegada ainda destacou que a mancha só não atingiu a praia graças à direção dos ventos. “O óleo é um componente altamente poluidor. A sorte foi o vento, que estava em direção ao Oeste e afastou a substância da costa”, acrescentou Marina.

Nessa quinta-feira, o professor de Oceanografia Física da FURG, Osmar Olinto Möller Júnior, alertou para o perigo de os vendos levarem o óleo para a orla. Segundo o especialista, se o material chegar até a beira da praia, será muito difícil recuperar a vida do local. Além da retirada ser extremamento difícil. “A quantidade é pequena e boa parte deve absorvida pelo oceano. Dependendo dos ventos, pode chegar na praia, o que poderá devastar a fauna da areia. Além disso, a recuperação é demorada”, afirmou.

Agentes do Instituto Geral de Perícia (IGP) realizarão durante esta sexta-feira uma inspeção nos cabos que ligam a monoboia ao navio e nas válvulas que foram rompidas. De acordo com o comandante do Batalhão Ambiental da Brigada Militar (BM), Rodrigo Gonçalves, não há sinais de óleo ou animais mortos na orla, entre Cidreira e Capão da Canoa. “Duas viaturas realizaram a varredura na orla marítima pela manhã, devido à mudança do vento. Nada incomum foi encontrado”, afirmou.

Uma das viaturas ficou responsável por percorrer o trecho entre Tramandaí e Cidreira, enquanto a outra realizou o trajeto de Imbé até Capão da Canoa. “Parece que o óleo está mais dissipado do que ontem. É possível que o componente evapore, mas o tempo não tem ajudado”, esclareceu.

Além da Polícia Civil, a Transpetro, Fepam e o Ministério Público (MP) acompanham o caso do vazamento. Segundo Marina, depoimentos serão tomados na próxima semana para ajudar a elucidar as causas do acidente. O MP observa o caso com o promotor Fernando Andrade Alves. De acordo com a assessoria, o órgão não investiga o dano ambiental, mas apura prejuízo à comunidade que vive perto da orla marítima.

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