Fiocruz alerta que surto de gripe no Rio pode se espalhar pelo país

Fiocruz alerta que surto de gripe no Rio pode se espalhar pelo país

Boletim InfoGripe semanal ressalta que cidades que com baixa adesão à medidas não farmacológicas correm mais riscos 

R7

De acordo com Saúde, medida visa ampliar vigilância para variante ômicron

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O boletim semanal do Observatório InfoGripe da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), divulgado nesta quinta-feira, informa que foi detectada a presença do vírus influenza A em casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) em crianças e adultos do Rio de Janeiro. O documento alerta que os surtos que acontecem na cidade podem migrar para outras cidades brasileiras. 

Os pesquisadores ressaltam, ainda, que os riscos são maiores nos lugares onde as medidas não farmacológicas para evitar o contágio da Covid-19 estão com baixa adesão. O uso de máscaras e evitar eventos com aglomerações de pessoas são as principais ações para evitar o contágio dos vírus respiratórios, como a gripe e a Covid-19. 

Os dados divulgados são referentes à semana epidemiológica 48, que abrange os dias entre 28 de novembro e 4 de dezembro. No Brasil houve crescimento de casos de SRAG em todas as faixas etárias abaixo de 60 anos, mas com prevalência no grupo de crianças a jovens adultos (0-9, 10-19 e 20-29 anos).

“Nas faixas etárias entre 30 e 59 anos o crescimento é relativamente leve, porém consistente, reforçando a necessidade de cuidados”, destacou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Na faixa de 0 a 9 anos, o vírus predominante é o sincicial respiratório (VSR), que acompanha a tendência de aumento de SRAG dos últimos boletins. Nas demais idades, o SARS-CoV-2 segue sendo majoritário, exceto no estado do Rio de Janeiro, que o influenza é a maioria de casos em todas as idades. 

O documento também chama a atenção que em doze dos 26 estados e o Distrito Federal há sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas). Os locais são: Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia e São Paulo.

As demais unidades federativas apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo: Alagoas, Ceará, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Somente Alagoas apresenta sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo (últimas três semanas), mas com oscilação que é compatível com o valor da estabilidade. 

“Diferentemente do apontado em atualizações anteriores, embora em muitos estados ainda seja um crescimento lento, os dados por faixa etária sugerem se tratar de um crescimento sustentado e recomenda-se reavaliação das medidas de prevenção da transmissão de vírus respiratórios, especialmente em relação aos eventos de final de ano para evitar agravamento do cenário epidemiológico”, afirmou Gomes.


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