Floristas reclamam de falta de luz e de água em instalações provisórias no Centro Histórico

Floristas reclamam de falta de luz e de água em instalações provisórias no Centro Histórico

Por conta das obras de revitalização do Quadrilátero Central, comerciantes foram realocados na Praça XV de Novembro

Felipe Samuel

Floristas custearam a montagem das bancas provisórias instaladas na Praça XV de Novembro

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Instalados temporariamente na Praça XV de Novembro, no Centro Histórico, por conta das obras de revitalização do Quadrilátero Central em um trecho da avenida Otávio Rocha, floristas reclamam da falta de luz e de água no novo local. No primeiro dia de trabalho, os proprietários ainda se adaptavam nesta segunda-feira às estruturas provisórias montadas na praça, que são menores do que as habituais. Durante 90 dias, período que deve durar as obras, eles vão comercializar os produtos naquela região.  

Sem previsão para instalação de luz, Silvia Passos afirma que está tentando se adequar ao novo espaço. Proprietária da Toca das Flores, que comercializa arranjos e decorações, ela explica que a estrutura provisória de 4 metros quadrados é menor do que a que tinha na Otávio Rocha. "A gente está sem luz, como uma estrutura precária", destaca. O grupo fez contato com a CEEE Grupo Equatorial para liberar a instalação de luz no local. "Não tem água e nem luz", completa.

Acostumada a uma jornada que inicia às 7h30 e se estende até as 19h30, ela pretende fechar a banca antes de anoitecer. "Como não tem luz, devemos fechar mais cedo. Isso prejudica os negócios, porque o final da tarde é o horário que os clientes estão saindo do trabalho", afirma. Silvia é uma das dez proprietárias de bancas que aceitaram montar a estrutura até o fim das obras. Outras três bancas de flores optaram por aguardar o término da obra para retornarem ao serviço no local.

Com a experiência de 30 anos no ramo, Silvia recorda que já passou por outras mudanças de locais de trabalho, mas as estruturas provisórias eram montadas pelo prefeitura. Dessa vez, os proprietários rejeitaram a estrutura oferecida pelo Paço Municipal por considerarem pequena. Para garantir espaço maior, cada proprietário custeou R$ 2,5 mil para instalação da estrutura. "As pessoas estão perguntando se vamos ficar aqui e por quanto tempo. Estamos tentando nos realocar, mas o espaço é menor, acanhado", observa.

A expectativa é compensar a mudança com as vendas na região, que tem fluxo maior de pessoas. A florista Nara Denise da Silva Raimundo, que atua há 25 anos no ramo, afirma que a prefeitura não disponibilizou "muita coisa'. "Só cedeu o chão para ficar. O ideal seria um lugar abrigado que tivesse água e luz", ressalta. Proprietária da Nara Flores e Arranjos, ela reconhece que a Praça XV de Novembro é um bom local, mas cobra condições melhores.

"Antigamente davam abrigo, teto, água, luz, tudo por conta da prefeitura. Agora isso não está acontecendo, a gente está trabalhando precariamente", completa. "Gastamos nosso dinheiro, nossos recursos, para fazer uma coisa pequena. Foram gastos R$ 2,5 mil", explica. A prefeitura informa que os floristas são responsáveis pelas instalações das bancas temporárias e que fica a cargo dos comerciantes a colocação de um poste de luz para que a CEEE faça a ligação. Sobre as demais condições de infraestrutura, foi disponibilizado o espaço do Mercado Público para utilização de água.

O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Douglas Martello, afirma que a prefeitura 'vem tratando disso com muito cuidado e com muito zelo', mas reconhece que as obras podem gerar contratempos. "Essa relação com a CEEE Grupo Equatorial ficou por conta deles. A situação da água é uma solução também que já era sabida, mas mesmo assim a gente colocou o Mercado Público à disposição caso necessitem. Nos causa até surpresa porque a gente fez muitas reuniões e vem trabalhando nisso há bastante tempo", destaca.

Segundo Martello, a prefeitura colocou à disposição algumas estruturas, mas os proprietários optarem por instalar bancas próprias. "Essa obra de revitalização vai gerar impactos, mas era uma obra necessária para a cidade, para o Centro. Por esse período de 90 dias, vão trabalhar com uma estrutura reduzida. Após 90 dias, vão receber bancas muito melhores, com espaço revitalizado", frisa. A prefeitura se compromete ainda a fazer divulgação das bancas com materiais institucionais indicando que as bancas estão em novo local.


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