Força da água que derrubou ponte foi de 700 toneladas, calcula especialista

Força da água que derrubou ponte foi de 700 toneladas, calcula especialista

Projeto não foi feito para suportar cheia do rio, afirmou diretor-geral da Daer

Projeto não foi feito para suportar cheia do rio, afirmou diretor-geral da Daer

publicidade

O especialista em pontes Marcelo Rozemberg, a convite do Domingo Espetacular, da TV Record, calculou que a força da água que atingiu os três vãos da ponte sobre o rio Jacuí foi de pelo menos 700 toneladas. É como se 15 carretas forçassem a lateral da ponte até derrubar os pilares que sustentam a obra rodoviária.

"As pontes são calculadas para resistir a um esforço de vento naturalmente. Agora, quando você tem uma cheia que vai agir de forma semelhante ao vento sobre a parede lateral da ponte, essa força é até 50 vezes maior que a força do vento", explicou Rozemberg.

O diretor-geral do Departamento de Estradas Autônomas de Rodagem (Daer), Vicente Paulo Pereira, culpa justamente as forças das águas pelo incidente com a ponte. De acordo com ele, o projeto não foi feito para suportar o impacto causado pela cheia do rio Jacuí causada pelas chuvas fortes que atingiram a região dias antes. "Em principio, se realmente a água bateu nas vigas esse esforço é muito forte, o projeto não foi feito pra isso e possivelmente pode ter sido pelas condições pluviométricas que ocorreram fora do padrão de projeto", disse.

Na quinta-feira, a promotora de Justiça de Agudo, Daniela Sudbrack Gaspar Raiser, encaminhou um ofício ao Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) dando o prazo de 20 dias para que o órgão encaminhe vistorias estruturais realizada na ponte integrante da RSC-287. A última vistoria foi feita há três anos. O ideal seria uma vistoria por ano. Rozemberg explica: "Essas vistorias são regulamentadas por normas técnicas, eles exigem que o técnico possa olhar bem de perto, praticamente a distância que ele possa tocar com a mão nas peças."

Nova ponte

O Exército deve instalar em até 15 dias uma ponte flutuante que substituirá provisoriamente a ligação sobre o rio Jacuí que desabou na terça-feira e causou até agora a morte de três pessoas. Uma delas é o vice-prefeito da cidade, Hilberto Boeck, que estava no local para avaliar as condições da estrutura da ponte. Outras duas pessoas permanecem desaparecidas.

Segundo as Forças Armadas, apenas caminhões com até 60 toneladas poderão passar pela ponte flutuante. Além disso, será permitida a passagem de somente um veículo por vez. O trabalho será executado pelo 3º Batalhão de Engenharia de Combate do Exército, com sede em Cachoeira do Sul, na Região Central do Estado.

Segundo o Daer, para reconstruir a ponte novamente serão necessários cerca de R$ 10 milhões. Apesar de cerca de um terço dos 314 ter sido tragado, Vicente Paulo Pereira afirmou que o restante da estrutura não poderá ser reaproveitado.








As informações são do site R7.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895