Frequentadores da Cidade Baixa protestam contra fechamento de bares

Frequentadores da Cidade Baixa protestam contra fechamento de bares

Dezenas participaram de festa itinerante em bairro de Porto Alegre

Bibiana Borba / Rádio Guaíba

Smic interditou sete bares na Cidade Baixa

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Dezenas de frequentadores do bairro Cidade Baixa - considerado o mais boêmio de Porto Alegre - promoveram na noite dessa quinta-feira uma festa itinerante, entre a rua José do Patrocínio e a avenida Venâncio Aires, para protestar contra o fechamento de sete bares pela Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (Smic). O encontro foi encerrado por volta da 1h em frente ao bar Garibaldi, um dos estabelecimentos interditados.

Via Facebook, centenas de frequentadores dos bares fechados organizam eventos nas ruas da Cidade Baixa para o final de semana, já que não há previsão para reabertura dos estabelecimentos. Depois de repetidas reclamações de moradores sobre a aglomeração de pessoas nas ruas, a Brigada Militar solicitou à Smic que fossem interditados os bares Cachorro do Hélio, Skina’s Bar, Garibaldi, Bar do Sandro e Villa Acústica, além do Mercado Estrela e da loja de conveniências de um posto de combustíveis.

O principal ponto de discórdia é a venda de bebidas alcoólicas mais baratas que nos demais bares da região, onde uma garrafa de cerveja popular chega a custar R$ 12. O lucro dos bares interditados incomoda, também, os demais comerciantes da Cidade Baixa.  O presidente da Associação dos Comerciantes do bairro, Moacir Biasibetti, diz que os estabelecimentos precisam se adaptar à mudança do perfil do público, mais disposto a consumir dentro dos bares e a pagar mais caro por cervejas especiais. “Têm que se adequar, não vender bebida na rua e não fomentar esse tipo de comércio que incomoda os moradores. A comunidade está revoltada com o que acontece ali. Eu acho que existe um grande público procurando produtos diferenciados e cervejas especiais que chegam a até R$ 25, na Cidade Baixa”, afirma o comerciante, que também é morador da região. Além do barulho durante as madrugadas, a Associação Comunitária de Moradores do bairro denuncia que as ruas são usadas como banheiros a céu aberto, já que os bares não oferecem estrutura suficiente para o número de clientes.

Os responsáveis pelo bar Garibaldi divulgaram o texto de uma notificação da Smic entregue durante a interdição, que responsabiliza o bar por churrascos e festas de pagode que seriam realizadas em outros locais. Eles reúnem provas de improcedência das denúncias para tentar reabrir o estabelecimento. Os comerciantes de todos os locais interditados alegam que têm documentação em dia com a Prefeitura e, inclusive, já haviam recebido autorização para reabrir após outras operações relacionadas à proteção contra incêndios.

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