Fundação de Gravataí determina suspensão de abates de cervos no Pampa Safari

Fundação de Gravataí determina suspensão de abates de cervos no Pampa Safari

Ibama havia determinado sacrifício dos animais por conta de surto de tuberculose

Lucas Rivas / Rádio Guaíba

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A Fundação Municipal do Meio Ambiente de Gravataí (FMMA) notificou a administração do Parque Pampa Safari para que suspenda o sacrifício de 300 cervos exóticos, apesar de um surto de tuberculose. Nessa quarta-feira, o Ibama definiu o abate dos animais em função do descontrole da doença. O parque privado fechou para visitação, ainda no fim do ano passado, por determinação do Ministério Público Federal.

Em meio à polêmica, o diretor-presidente da Fundação, Jackson Müller, assinou a determinação. Agentes do órgão foram até o Pampas Safari, na tarde desta quinta-feira, para determinar o adiamento do sacrifício dos ruminantes. Mesmo que o Ibama, órgão federal, tenha decretado o abate, Müller sustenta que a medida não precisa ser cumprida, uma vez que a FMMA é o órgão licenciador do parque.

Em contrapartida, o Ibama reforça que a prefeitura não é autônoma para se sobrepor a uma legislação federal. O Ibama garante ter controle sobre animais exóticos e defende que o abate seja realizado para evitar que humanos e animais saudáveis sofram o contágio. Além disso, o Instituto federal alega que a carne de cervo chegou a ser vendida pelo parque como alimento exótico, colocando em risco a saúde humana. Cabe ao Parque Pampas Safari atender a uma das determinações.

O primeiro caso de tuberculose em animais do Pampas Safari ocorreu em 2007, em búfalos, conforme o Ibama. Em 2012, diante do descontrole da doença em camelos, lhamas, zebras e cervos, o Instituto interditou o parque. Os responsáveis foram multados em R$ 300 mil à época, mas meses depois obtiveram autorização para reabrir o espaço.

Relatórios de responsáveis técnicos foram entregues em 2013, supostamente comprovando o controle da doença. Denúncias posteriores mostraram o contrário. Em 2016, o Ibama recebeu denúncia de um ex-funcionário do local afirmando que a tuberculose havia saído de controle no Pampas Safari. Com isso, o Ministério Público Federal determinou o fechamento definitivo, no ano passado. A reportagem procura os responsáveis pelo parque, mas ainda não os localizou.

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