Funerárias implementam protocolos de atendimento em Porto Alegre

Funerárias implementam protocolos de atendimento em Porto Alegre

Ainda não há aumento de demanda motivado por óbitos causados por doenças respiratórias

Christian Bueller

Segmento orienta os funcionários na utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) e demais procedimentos habituais do ramo

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O setor funerário em Porto Alegre também precisou se adaptar às medidas de contenção ao novo coronavírus. Se a higiene já é um dos pré-requisitos a qualquer estabelecimento, o segmento está ainda mais atento, orientando os funcionários na utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) e demais procedimentos habituais do ramo. Até o momento, não há aumento de demanda motivado por óbitos causados por doenças respiratórias na cidade.

Ao contrário do que ocorreu em Minas Gerais, onde uma funerária de Belo Horizonte recebeu mais de corpos vítimas de problemas respiratórios em três dias, o vice-presidente da Associação das Empresas Funerárias de Porto Alegre (Aefpoa), Daniel Oberdan Mathias, observa que a situação ainda não se repetiu na capital gaúcha. “A gente pode ficar com essa impressão por causa da pandemia, mas ainda não chegou a época para o aumento destes tipo de casos que possam ser associados à Covid-19”, esclarece Mathias, que gerencia uma rede de seis funerárias em Porto Alegre que leva seu sobrenome, entre eles, o Jardim da Paz, o Pio XXII e o Passo D’Areia. 

Conforme o decreto da Prefeitura publicado em 16 de março, os velórios não podem ter mais de 30% da capacidade de prevista no alvará de funcionamento ou no Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI). “As empresas da cidade estão padronizadas e seguindo as normas. Por exemplo, as pessoas que morrerem por doenças respiratórias, seja Covid-19 ou não, serão sepultadas ou cremadas sem velório. No máximo, quinze minutos para despedidas por parte de familiares mais próximos”, informa o gerente do Grupo Mathias. Outra medida é a utilização de caixões fechados para todos os falecidos que passarem por procedimentos funerários em Porto Alegre.

Medidas também foram tomadas pelas Funerárias Reunidas. O gerente comercial, Daniel Boeira, lembra que até mesmo os veículos estão readaptados em tempos de pandemia. “Temos caçambas separadas nas Saveiros para casos que necessitareme, assim, evitar contaminações”, diz, ressaltando que a empresa está equipada com os EPIs necessários para o atual momento. Boeira que a cidade está preparada caso a demanda aumente por conta da Covid-19. “As empresas estão unificadas para fazer um bom atendimento”, completa o gerente.

O presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif), Lourival Panhozzi, acredita que o Brasil não passará pelo mesmo problema da Itália de sobrecarga de seu setor funerário. “Somente se funcionários forem contaminados ou os suprimentos forem cortados”, projeta. Panhozzi já identificou reclamações de associados pelo Brasil quanto a preços cobrados por fabricantes de caixões, cenário que ainda não chegou às empresas funerárias de Porto Alegre, segundo Daniel Mathias.


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