Futuro do Hospital Beneficência Portuguesa pode ser decidido na próxima semana

Futuro do Hospital Beneficência Portuguesa pode ser decidido na próxima semana

Bancada gaúcha da Câmara dos Deputados se reunirá com Ministério da Saúde para discutir alternativas para garantir funcionamento da instituição

Henrique Massaro

Futuro do Hospital Beneficência Portuguesa pode ser decidido na próxima semana

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O futuro do Hospital Beneficência Portuguesa pode ser conhecido na próxima quarta-feira, quando a bancada gaúcha da Câmara dos Deputados se reunirá com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi e representantes da entidade e do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), que poderia vir a alugar o prédio no Centro Histórico atualmente com apenas dois pacientes.

A possibilidade, discutida previamente em reunião realizada nesta quinta-feira em Porto Alegre, é uma das únicas alternativas para garantir o futuro da instituição de saúde centenária da Capital, que acumula um deficit de cerca de R$ 80 milhões.

Além do auxílio que faria com que o Beneficência não venha a fechar suas portas, o GHC pode ter interesse no aluguel no caso de conseguir realizar obras na sua própria estrutura sem precisar parar com o atendimento. Com cerca de R$ 25 milhões contingenciados pelo governo federal, no entanto, o Conceição, de acordo com o diretor técnico administrativo e financeiro José Ricardo Agliardi Silveira, precisou priorizar obras que já haviam iniciado. Atualmente, a instituição trabalha na construção do Centro de Hematologia e Oncologia, prédio ao lao do Hospital.

Caso tenha sinalização do Ministério da Saúde para realizar obras internas, como, por exemplo, no bloco cirúrgico, o GHC verificaria a necessidade de utilizar outros espaços. O Beneficência, nesse caso, entraria como um local, mas dependeria de uma avaliação das condições das estruturas físicas. De acordo com Agliardi, ainda haveria prazos jurídicos para publicação de editais, chamamento e homologações.

Qualquer posicionamento do Conceição, no entanto, ainda depende da decisão de Brasília. “Quando o GHC for comunicado da decisão do Ministério frente a essa perspectiva que foi criada no cenário da saúde no Rio Grande do Sul, do suporte ao Beneficência, nós passaremos a agir”, disse o diretor. Salientou, ainda, que o interesse do Grupo em auxiliar o hospital é o mesmo de todos os agentes responsáveis por prestar saúde, já que envolve a possibilidade de manter 201 leitos em funcionamento.

Sinal de interesse

Proponente da reunião desta quinta-feira, o deputado Jerônimo Goergen (PP) disse ter sentido uma sinalização de interesse por parte do GHC em alugar o espaço e que imagina conseguir resolver os entraves através da ação política junto ao Ministério da Saúde na próxima semana.

De acordo com ele, o aluguel serviria apenas para que o Beneficência se recupere parcialmente enquanto as obras do Conceição estiverem em andamento para, em seguida, haver uma decisão quanto a gestão do hospital, que atualmente passa por uma consultoria do Hospital Sírio-Libanês através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Caso isso não ocorra, restaria uma intervenção federal que, ainda conforme o deputado, é a última alternativa.

Nova perspectiva

Para o presidente do Beneficência, Augusto Veit Júnior, uma autorização do ministro da Saúde representaria uma nova perspectiva para o hospital. Segundo ele, o valor que o GHC venha a pagar pelo aluguel poderia iniciar a resolver os problemas, como o pagamento da folha salarial, atualmente de R$ 300 mil e que não tem sido repassada. Há, ainda, um passivo trabalhista entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões. Também preocupa a quantidade de equipamentos novos que não estão sendo utilizados no local, que já teve dois assaltos e uma tentativa.

As aquisições foram feitas através do repasse de cerca de R$ 10 milhões parlamentares que, inicialmente, deveriam ser de aproximadamente R$ 18 milhões, mas parte do dinheiro foi suspensa devido à situação da instituição. Além da consultoria do Sírio-Libanês, que termina no próximo dia 15, o Beneficência passa por uma auditoria do Banrisul.

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