GAPA sofre despejo de sede em Porto Alegre

GAPA sofre despejo de sede em Porto Alegre

Por falta de pagamento do aluguel pelo governo, associação sofreu despejo de sua sede na Cidade Baixa

Correio do Povo

Por falta de pagamento do aluguel pelo governo, associação sofreu despejo de sua sede na Cidade Baixa

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Uma das entidades pioneiras na luta contra o HIV/Aids, o Grupo de Apoio à Prevenção da Aids do Rio Grande do Sul (GAPA/RS) está sem sede. O GAPA/RS foi despejado da casa, localizada no bairro Cidade Baixa, que servia de referência. A ordem de retomada foi concedida pela Justiça ao proprietário do imóvel, uma vez que o aluguel não era pago há cerca de nove anos.

Na manhã desta segunda, uma mobilização em frente ao local chamou a atenção para as incertezas do futuro das ações do Grupo. Segundo a presidente do GAPA/RS, Carla Almeida, existe um grande receio uma vez que há dados confidenciais no local, como arquivos dos atendimentos jurídico e psicológico, além de documentos com a condição sorológica de usuários. “Dentro estão materiais que contam a história da epidemia de Aids e uma série de arquivos de atendimento e tratamento e dados de pessoas que vivem com a doença. A preocupação é para onde esse material irá”, afirmou ela.

No local desde 1992, o GAPA/RS presta atendimento de suporte a pessoas com a doença, além de desenvolver uma série de atividades a favor da prevenção. Camila explicou que desde o final do ano passado o serviço do GAPA ocorria apenas internamente. O atendimento no local ao público externo não era realizado em função da falta de condições da casa. Ela destacou que está em negociação a busca de outro local e como desenvolver as atividades. “O estado tem a maior epidemia e a cidade, Porto Alegre, é a capital da Aids, com a maior incidência da doença no país, e uma das entidades pioneiras na prevência está em uma situação dessas”, lamentou.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), em convênio com o GAPA, o governo do Estado financiou o aluguel do imóvel de 1991 a 2008, ano em que foi encerrado o contrato de locação. “Desde então, o Estado não efetuou mais pagamentos de aluguel, bem como providenciou inúmeras notificações à ONG para que desocupasse o imóvel”, informa a nota da SES. Em relação aos documentos, eles estão sob a guarda e responsabilidade do proprietário. Além disso, segundo a SES, “o objetivo que motivou a realização do convênio à época com a ONG GAPA não mais se justifica, uma vez que hoje existem inúmeras organizações sociais que trabalham em ações de apoio aos portadores do vírus HIV. A última atividade convenial entre o GAPA e a SES encerrou em 2013”.

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