Gerente da Anvisa tira dúvidas sobre a vacina contra a Covid-19

Gerente da Anvisa tira dúvidas sobre a vacina contra a Covid-19

Gustavo Mendes foi um dos convidados do encontro virtual “Vacinas SARS- CoV-2: A Anvisa, As Pesquisas e As Farmácias”

Christian Bueller

Gerente da Anvisa Gustavo Mendes foi um dos convidados do encontro virtual “Vacinas SARS- CoV-2: A Anvisa, As Pesquisas e As Farmácias”

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Uma live promovida pelo Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) tirou dúvidas e desmistificou algumas desinformações a respeito da vacina contra a Covid-19. No encontro virtual “Vacinas SARS- CoV-2: A Anvisa, As Pesquisas e As Farmácias”, o gerente-geral de medicamentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gustavo Mendes foi um dos convidados.

Atualmente, dos quatro estudos aprovados pela agência reguladora que estão em andamento no país, um é criticado por uma parcela da população: a vacina Coronavac, uma parceria do Instituto Butantã com a empresa chinesa Sinovac, pela origem do país asiático onde foi descoberto o coronavírus.

“Não temos nenhum tipo de preconceito ou discriminação nesse sentido. Desmistificar a questão da nacionalidade é fundamental. Não é o local que determina a qualidade de um produto”, afirmou Mendes, exemplificando que já trabalhou em Bangladesh, em uma região muito poluída, mas que produzia medicamentos importantes para o planeta. Durante a live, foi lembrado que 90% dos insumos farmacêuticos vêm da China.

O gerente de medicamentos explicou as duas formas definidas pela Anvisa para o uso de uma vacina. “Uma é a forma tradicional, que passa por uma série de fatores que garantam eficácia, segurança e boas práticas para a imunização. Por conta da pandemia, há também a autorização de uso emergencial, sem todas as etapas completas. Mas não significa que não se tenha segurança, os resultados são tão bons e promissores que trazem a confiança da empresa, que terá um compromisso, a fim de termos acesso de maneira mais rápida”, contextualizou.

Este formato de autorização traz dúvidas para algumas pessoas sobre a vacina, por não estar eventuais com seus efeitos completos. Gustavo Mendes esclareceu que tudo passa por um comitê para análises de registros. “Há inspeção das boas práticas clínicas. Tem que prevenir, corrigir e recolher lotes. A qualidade da vacina que vem para o Brasil tem que ser a mesma da utilizada lá fora”, frisou. 

Um internauta ouviu dizer de um geneticista que “a vacina, após dez anos, traz alteração no DNA de quem tomar, podendo causar câncer de pâncreas e outras enfermidades”.  O farmacêutico convidado, Thiago de Melo, professor do ICTQ, tranquilizou. “Dos princípios da biologia molecular, é impossível. Não temos nenhum exemplo que possa ser aplicado dessa forma. Esse tipo de informação, frouxa do ponto de vista cientifico, não é salutar e traz insegurança”.

Outra afirmação recorrente, sobre a criação proposital do vírus em laboratório por parte da China para fins econômicos, foi rechaçada por Melo. “Falar isso é leviano. Não há relatos de criação de uma organela de uma célula, que dirá um vírus, que é muito mais rebuscado”, disse o farmacêutico. Gustavo Mendes complementou: “Vimos uma epidemia de fake news, se disseminando em massa na população”, sobre conspirações e falsas notícias. 

“Temos que lutar para manter a prerrogativa de análise intacta”, completou o representante da Anvisa que “muitas vezes tem se tornado assunto politizado e judicializado, mesmo com 20 anos de experiência de agencia reguladora, reconhecida no exterior”. A vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO) e servidora da Vigilância Sanitária (VISA) de Goiânia, a farmacêutica Luciana Calil e o diretor acadêmico do ICTQ, Ismael Rosa. 


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