Gerente da EPTC admite que empresa tomou conhecimento sobre choques em parada

O gerente de Mobiliário e Sinalização Viária da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), José Luiz Cafarate, admitiu que teve conhecimento de ao menos quatro reclamações sobre descargas elétricas na parada de ônibus da avenida João Pessoa, onde um jovem foi eletrocutado. Ele prestou depoimento, na manhã desta sexta-feira, na 1ª Delegacia de Polícia da Capital durante duas horas e meia, acompanhado de advogados. Cafarate disse ao delegado Paulo Cesar Jardim que a partir da informação, técnicos foram ao local, constaram que havia problema e remeteram aos seus superiores.

De acordo com Jardim, o gerente falou em seu depoimento basicamente sobre o aspecto administrativo da EPTC. Na próxima terça-feira, ele deve ouvir colaboradores da empresa  terceirizada da Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) para a instalação de luminárias no poste que provocou a descarga. Na quarta-feira, o diretor da EPTC, Romano Bottin, será ouvido. Ainda não há previsão de entrega do laudo feito pelo Instituto Geral de Perícias (IGP).

O estudante Valtair Jardim de Oliveira, de 21 anos, morreu na semana passada ao levar um choque, em parada de ônibus da Capital. Ele estava acompanhado de um colega, quando encostou no corrimão da estação Universidade, na avenida João Pessoa, e caiu morto pela descarga elétrica.

Logo após a morte, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, admitiu, em entrevista à Rádio Guaíba, que a prefeitura havia sido informada do problema de eletricidade. “Nós recebemos, realmente, pelo 118, no dia 3 abril, às 18h, uma comunicação de que a parada de ônibus estava energizada”, explicou. Ele disse que às 18h30min daquele dia, um processo foi aberto, após uma agente de fiscalização constatar o problema.