GHC desenvolve uma nova técnica para melhorar a respiração de pacientes Covid-19

GHC desenvolve uma nova técnica para melhorar a respiração de pacientes Covid-19

Intenção é amenizar os efeitos do combate à pandemia que tem exaurido equipes de profissionais da saúde

Christian Bueller

A pronação, muito utilizada com pacientes graves com doenças respiratórias em geral, é dos recursos mais recorrentes nas UTIs

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Uma técnica, recentemente desenvolvida pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC), visa amenizar os efeitos do combate à pandemia que tem exaurido equipes de profissionais de saúde pelo mundo. Há algumas semanas, o GHC tem utilizado um procedimento com um roller, uma espécie de pequena maca com rolamentos para auxiliar na pronação, manobra que vira o paciente de bruços para melhorar sua respiração.

A pronação, muito utilizada com pacientes graves com doenças respiratórias em geral, é dos recursos mais recorrentes nas UTIs, já que ajuda aumentar a quantidade de oxigênio que entra nos pulmões. Com a inclusão do roller, a ação requer menos pessoas, traz mais agilidade e menos esforço físico das equipes nos hospitais. “O pessoal já está esgotado. Pronamos, em média, de três a quatro pacientes por noite, o que leva quase um turno inteiro. Esta técnica, além de ajudar o paciente, facilita o trabalho em si”, conta o técnico de enfermagem Júlio Tiago Falcão.

Por estar sedado, o paciente acaba adquirindo mais peso em caso de mudança de posição, são necessários muitos braços para o procedimento, que utilizava apenas um lençol. “É uma manobra que costuma ser bem complicada para nós, pois precisa de três pessoas de cada lado, e com todo o cuidado para não arrancar as sondas e o tubo, segurado pelo médico, que auxilia na respiração do paciente”, lembra Júlio. Com o roller, o paciente desliza como se estivesse em uma prancha, o que facilitou a manobra. “Tivemos muito sucesso, pois aumentou a nossa tranquilidade e segurança do paciente e demanda menos força, já que é o peso que o gira nos rolamentos”, relata o técnico em enfermagem.

O procedimento vem sendo desenvolvido desde novembro de 2020, primeiro para adequações e, em seguida, para ser inserido de fato no protocolo utilizado pelo GHC para os pacientes que precisarem. No Protocolo de Manejo Clínico da Covid-19, o Ministério da Saúde aconselha equipes médicas a adotar a estratégia em pacientes adultos com síndromes de angústia respiratória do adulto (SDRA) grave por 16 horas ao dia, pelo menos.


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