Grande festa marca os 33 anos da Feira de Agricultores Ecologistas em Porto Alegre

Grande festa marca os 33 anos da Feira de Agricultores Ecologistas em Porto Alegre

Celebração neste sábado teve bolo servido e atrações musicais ao público

Felipe Faleiro

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A Feira de Agricultores Ecologistas (FAE) foi a primeira feira ecológica do Brasil, e completou, neste sábado, 33 anos de existência. Uma grande festa foi realizada para celebrar a data, na rua José Bonifácio, junto ao Parque Farroupilha, em Porto Alegre, local onde, tradicionalmente, o evento ocorre todos os sábados. Produtores rurais da Capital e outros municípios do Rio Grande do Sul trazem produtos diversos da agricultura familiar, em uma ideia iniciada com a Associação Agroecológica e a antiga Cooperativa Colmeia, e que rende frutos até os dias de hoje.

Uma série de shows musicais e atrações culturais marcou o evento. No final da manhã, um bolo comemorativo foi servido ao público. Para uma das fundadoras da feira, Claudia Bos Wolff, a feira proporcionou principalmente uma mudança de pensamento por parte dos clientes para a importância do consumo responsável. “Houve também uma troca muito importante entre os agricultores e os parceiros urbanos. Sempre houve uma nutricionista na feira, para explicar esta importância do produto orgânico”, salienta ela.

Claudia afirma que a meta é seguir crescendo e agregando pessoas. “Aumentou, de lá para cá, o número de bancas, itens comercializados e produtores participantes. Sempre tivemos esta preocupação de trazer pessoas com produtos diferentes. Ao longo do tempo, a feira e expandiu para outros lugares, não apenas em Porto Alegre, mas outros pontos do Estado”, comenta ela. De cerca de 20 bancas no início, hoje são 44, representando por volta de 400 famílias.

Para o presidente da associação e marido de Claudia, Edson Marcelo Gonçalves Garcia, o pós-pandemia representa uma importante retomada. Para ele, este é um “momento histórico” da feira. “Tivemos que nos reinventar na época mais aguda da Covid-19, criando maneiras de manter os trabalhos, com distanciamento, evitando contaminações. Hoje, estamos felizes que a circulação retornou ao normal”, comenta. De acordo com ele, por volta de 5 mil pessoas passam diariamente pela feira, número que já foi maior, por volta de 10 mil a 12 mil.

Outro assunto que é observado pela associação é a concessão do Parque Farroupilha. “Isto está nos deixando um pouco apreensivos, porque ainda não temos uma discussão mais ampla, do que vai afetar o entorno”, opina. O produtor Vilson Luiz Stefanoski sai todas as semanas do município de Cerro Grande do Sul, na região Sul do estado, distante 120 quilômetros de Porto Alegre, para participar da feira. Neste sábado, ele estava acompanhado do filho, Tiego Jorge Stefanoski, e da nora, Júlia Lemes Schwalm.

Natural do interior de Erechim, ele conta que a família deixou a agricultura convencional e partiu para a agroecologia, cultivando morango, tomate, batata-doce, feijão, além de raízes. Foi uma mudança radical na forma de plantar, já que desde pequeno ele era acostumado com a propriedade familiar, onde era cultivado soja, milho e feijão. “Conheci este meio em 1992, em uma viagem que fiz ao Espírito Santo. Me encantei e estou até hoje”, afirma ele. Segundo ele, as viagens de ida e volta duram cerca de duas horas cada.

Mãe e filha, a aposentada Tereza Bankowski e a dona de casa Susi Rosa são moradoras do Centro Histórico, em Porto Alegre, e frequentam a feira toda semana, há três décadas. “Ela está cada vez melhor, com mais variedade de produtos. Além de levar itens e conhecer o que é produzido em outros lugares, gostamos de passear e rever os amigos. Já encontramos vários por aqui em pouco tempo circulando”, comentou Tereza.


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