Greve do Imesf deve afetar atendimento em 140 postos de saúde de Porto Alegre
Cerca de 1,7 mil profissionais reivindicam reposição salarial dos últimos 24 meses
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O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), Estêvão Finger, informou que a categoria vai respeitar a decisão do TRT que determina a colocação de 30% do efetivo de servidores do Imesf no atendimento à população nas unidades de saúde da Capital. Os profissionais do instituto são formados por enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, dentistas, agentes comunitários de saúde e agentes de endemia.
O secretário adjunto da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Pablo Stürmer, informou na segunda-feira que a prefeitura não fará a retirada de nenhum direito dos trabalhadores como gratificações e que as cláusulas sociais serão mantidas. Um levantamento da secretaria aponta a presença dos profissionais do Imesf em 130 dos 140 postos de saúde da cidade como o Centro de Saúde Modelo, na rua Jerônimo de Ornellas, e o posto de saúde Santa Marta, na rua Capitão Montanha, no Centro de Porto Alegre. Em 75 unidades de saúde, trabalham apenas funcionários do instituto.
O secretário adjunto da Saúde afirmou que espera que até mais de 30% do efetivo dos funcionários trabalhem na terça-feira para não prejudicar o atendimento à população. Os médicos do instituto também decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada por unanimidade durante uma assembleia realizada na semana passada na sede do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). Os médicos estão há dois anos e meio sem reposição salarial. Nesse período, as tentativas de formalização de um novo acordo coletivo não prosperaram. Durante as negociações, foram sete reuniões no Tribunal Regional do Trabalho.
Atualmente, o Imesf conta com 57 médicos, sendo 29 fixos e 28 temporários. A diretora do Simers Clarissa Bassin,disse que a greve foi a única saída diante do despreparo do poder público municipal. “Estamos vendo um cenário muito grave e a prefeitura de Porto Alegre está cega, surda e muda aos anseios dos profissionais. Depois de quase três anos de negociações, a gestão municipal foi incapaz de fazer alguma proposta. Isso sinaliza desconhecimento e despreparo. Hoje, os médicos se unem na luta com outras categorias por mais saúde e condições de trabalho”, acrescentou Clarissa Bassin.