Greve do Imesf deve afetar atendimento em 140 postos de saúde de Porto Alegre

Greve do Imesf deve afetar atendimento em 140 postos de saúde de Porto Alegre

Cerca de 1,7 mil profissionais reivindicam reposição salarial dos últimos 24 meses

Cláudio Isaías

Greve do Imesf deve afetar atendimento em 140 postos de saúde de Porto Alegre

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Os trabalhadores do Instituto Médico de Estratégia e Saúde da Família (Imesf) paralisam suas atividades a partir desta terça-feira por tempo indeterminado. A população deve ficar atenta porque a greve da categoria deverá afetar o atendimento em 140 postos de saúde de Porto Alegre. A categoria formada por cerca de 1,7 mil profissionais protesta contra a falta de reposição salarial dos últimos 24 meses e a ameaça da prefeitura de retirar 10% do incentivo sobre o salário-base.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), Estêvão Finger, informou que a categoria vai respeitar a decisão do TRT que determina a colocação de 30% do efetivo de servidores do Imesf no atendimento à população nas unidades de saúde da Capital. Os profissionais do instituto são formados por enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, dentistas, agentes comunitários de saúde e agentes de endemia.

O secretário adjunto da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Pablo Stürmer, informou na segunda-feira que a prefeitura não fará a retirada de nenhum direito dos trabalhadores como gratificações e que as cláusulas sociais serão mantidas. Um levantamento da secretaria aponta a presença dos profissionais do Imesf em 130 dos 140 postos de saúde da cidade como o Centro de Saúde Modelo, na rua Jerônimo de Ornellas, e o posto de saúde Santa Marta, na rua Capitão Montanha, no Centro de Porto Alegre. Em 75 unidades de saúde, trabalham apenas funcionários do instituto.

O secretário adjunto da Saúde afirmou que espera que até mais de 30% do efetivo dos funcionários trabalhem na terça-feira para não prejudicar o atendimento à população. Os médicos do instituto também decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada por unanimidade durante uma assembleia realizada na semana passada na sede do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). Os médicos estão há dois anos e meio sem reposição salarial. Nesse período, as tentativas de formalização de um novo acordo coletivo não prosperaram. Durante as negociações, foram sete reuniões no Tribunal Regional do Trabalho.

Atualmente, o Imesf conta com 57 médicos, sendo 29 fixos e 28 temporários. A diretora do Simers Clarissa Bassin,disse que a greve foi a única saída diante do despreparo do poder público municipal. “Estamos vendo um cenário muito grave e a prefeitura de Porto Alegre está cega, surda e muda aos anseios dos profissionais. Depois de quase três anos de negociações, a gestão municipal foi incapaz de fazer alguma proposta. Isso sinaliza desconhecimento e despreparo. Hoje, os médicos se unem na luta com outras categorias por mais saúde e condições de trabalho”, acrescentou Clarissa Bassin.

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