Greve dos municipários continua e prefeitura critica Simpa

Greve dos municipários continua e prefeitura critica Simpa

Assembleia ocorreu na tarde desta terça-feira, na Casa do Gaúcho

Heron Vidal

Municipários realizaram ato em frente à prefeitura nesta terça

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Com 900 assinaturas na lista de presenças, a assembleia geral dos servidores organizada na tarde desta terça-feira pelo Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) manteve a continuidade da greve da categoria até a próxima terça-feira, quando uma nova assembleia decidirá os rumos do movimento. Nesta quarta a greve e o impasse com o município chega ao seu 30° dia. A ação do Simpa foi reprovada pela prefeitura.

Até terça, dia quatro, o Sindicato organizará uma agenda de mobilizações da categoria em protesto contra as ações do governo de Nelson Marchezan Júnior. Às 14h desta quarta, por exemplo, haverá concentração na Câmara de Vereadores. "Vamos pedir à presidência e bancadas de todos os partidos apoio à instalação de uma mesa de negociações com o prefeito, que não dialoga com os servidores, nem com a população, e está de costs para a cidade", criticou o diretor-geral do Simpa, Alberto Terres.

Prefeitura contra ataca

Em uma nota oficial a prefeitura reagiu ao Simpa: "Na prática, quem está demonstrando ser avesso ao diálogo é o Simpa, que faz greve eleitoreira, provoca agressões físicas, morais, invasões, bloqueios em secretarias e órgãos de serviços essenciais, como Saúde, Educação, água e recolhimento de lixo", diz o texto.

De acordo com o comunicado, "só com a suspensão destas atividades ilegais é que poderemos analisar novas conversas com o sindicato. Antes, não. Lembrando que o diálogo com os servidores que estão trabalhando e cumprindo seu dever público jamais foi interrompido."

A prefeitura de Porto Alegre, afirma o texto, sempre esteve aberta ao diálogo com os municipários. O Simpa, desde 1º de janeiro de 2017, já foi recebido, oficialmente, 53 vezes. O governo municipal sempre dedicou atenção e o tempo necessário para discutir a pauta de reivindicações do Sindicato. Portanto, é uma falácia dizer que há falta de diálogo do Executivo.

Sindicância

Conforme Terres, o município tem feito sindicância contra grevistas, que resultarão em punições. Por outro lado há um déficit de 800 professores e 200 servidores (enfermeiros, médicos e técnicos em saúde) no HPS. O Simpa quer do município a convocação dos aprovados em concurso nos últimos dois anos.

Além parte salarial das reivindicações - inflação do IPCA de maio de 2016 e abril de 2108, correspondente a 6,85%, e mais 8,85% de reposição das perdas históricas -, os municipários querem o fim das perseguições e contratações de aprovados em concurso público.

A greve, segundo o diretor-geral do Simpa, atinge as áreas da saúde, educação, assistência social, Dmae, DMLU e administração direta (secretarias). A legislação da greve, garante Terres, tem sido cumprida: funcionam 30% dos serviços não essenciais e 50% dos serviços essenciais.

Mesmo sem obter avanço, o Simpa pretende "insistir na tentativa de diálogo com o governo", afirma o diretor-geral da entidade. Ele ainda lamenta a exclusão de qualquer proposta de correção salarial aos municipários na proposta de Orçamento para 2019 encaminhada à Câmara de Vereadores.

Números da greve, segundo a prefeitura

Em 19 meses da atual gestão, informa a prefeitura, foram deflagradas seis greves pelo Simpa. Até agora, são 73 dias sem trabalhar (somente nesta última, iniciada em 31 de julho, são 29 dias de paralisação). Neste período já ocorreram quatro invasões à Câmara de Vereadores, à Prefeitura, a secretarias municipais e órgãos de prestação de serviços locais à população mais carente.

Ainda segundo o balanço do município, desde 1º de janeiro do ano passado ocorreram 126 protestos, sendo que em 2018 foram registrados 43. Com relação a piquetes, foram contabilizados 126 desde janeiro de 2017 (Paço Municipal, Secretarias, Carris, Procempa, HPS e Estação de Transbordo do DMLU).

Ao final da sua nota do governo, faz uma recomendação. "O Simpa precisa escolher se atende aos servidores municipais ou aos partidos políticos aos quais seus dirigentes são filiados. A população de Porto Alegre já percebeu que, curiosamente, a greve do Simpa coincide com a campanha eleitoral. Não será surpresa se seguir este calendário. O Governo Municipal segue trabalhando junto à imensa maioria dos servidores pelo bem de Porto Alegre."

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