Haitianos não desembarcarão em Porto Alegre nesta quarta

Haitianos não desembarcarão em Porto Alegre nesta quarta

Oito ônibus foram contratados pelo governo do Acre para transportar refugiados

Karina Reif

Em novembro, grupo de haitianos chegou ao RS

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Oito ônibus foram contratados pelo governo do Acre para transportar haitianos refugiados na cidade de Rio Branco para outros estados, incluindo o Rio Grande do Sul. A notícia de que centenas estavam vindo em direção a Porto Alegre e a São Paulo, nessa terça-feira, mobilizou as prefeituras das duas cidades. A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos chegou a divulgar que pelo menos 50 chegariam nesta quarta, mas durante a manhã retificou a informação.

RS garante acolhimento a haitianos vindos do Acre

Cerca de R$ 1 milhão liberado pelo Ministério da Justiça teria sido utilizado para o fretamento dos veículos. Depois de reunião com o Governo do Acre e com a prefeitura de São Paulo, o órgão federal suspendeu a utilização de recursos para esse tipo de operação. Isso, porém, não impede que o Acre pague com verba própria empresas para fazerem o serviço.

Segundo o governo acreano, os haitianos legalizados têm liberdade para se deslocarem pelo país. São eles quem definem os locais para onde querem ir. A estimativa é de que o grupo que deve se dirigir ao Rio Grande do Sul sairá de Rio Branco hoje (quinta-feira). A chegada deve ocorrer nos próximos dias, dependendo do tempo de paradas.


O prefeito em exercício de Porto Alegre, Sebastião Melo, disse ontem, que a responsabilidade pelo acolhimento é tanto da prefeitura, como do estado e das entidades sociais. Ele destacou que a administração municipal não havia sido informada sobre a vinda dos imigrantes.


O coordenador do Fórum Permanente de Mobilidade Humana do Rio Grande do Sul, Élton Bozzetto, salientou que a entidade previa a continuidade do fluxo de imigrantes para o Rio Grande do Sul, mas não foi informada sobre a chegada esta semana de um grupo de pessoas. “O primeiro atendimento deve ser sempre pelo poder público”, afirmou.


Conforme ele, dos mais de 40 que vieram a Porto Alegre no fim do ano passado, ficaram apenas nove. “Não sei se é desorganização ou dificuldade de comunicação entre eles e alguns setores”, ressaltou. Bozzetto explicou que não há serviço estruturado para receber um grande volume de pessoas sem antecipação.


Ele disse que, ao chegarem no Acre, os haitianos já têm a situação regularizada. A eles é concedido um número de CPF e registro.


Em novembro de 2014, o governo do Estado firmou parceria com a Prefeitura de Porto Alegre para garantir o acolhimento aos haitianos. Naquela ocasião, o governo do Acre também não havia informado a Capital sobre a chegada dos imigrantes.


A deputada estadual Manuela d'Ávila (PCdoB) havia marcado uma reunião para tratar do assunto e pediu a antecipação. O encontro deve ocorrer agora no dia 2 de julho, às 18h.

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