Haitianos vindos do Acre chegam à Capital

Haitianos vindos do Acre chegam à Capital

Grupo desembarcou confuso na rodoviária, pois acreditava que estava indo para Santa Catarina

Mauren Xavier

Cerca de 30 haitianos desembarcaram na Capital

publicidade

Por volta das 4h da madrugada desta quinta-feira cerca de 30 haitianos desembarcaram, em meio ao desencontro de informações, na rodoviária de Porto Alegre. A confusão ocorreu porque a maioria acreditava ir para Santa Catarina, onde muitos já têm contatos ou familiares. Porém, após quatro dias de viagem, que começou em Rio Branco, capital do Acre, eles chegaram ao “Porto da Alegria”, como carinhosamente chamaram a capital gaúcha.

Apesar da ausência de amparo, das dificuldades de comunicação, já que, além da língua oficial, o crioulo haitiano, eles se comunicam em francês, o grupo não mostrava tristeza, mas esperança com a perspectiva de um futuro, que praticamente deixou de existir no seu país de origem, que ainda está em reconstrução, após o devastador terremoto de 2010. “Quero ajuda. Mas quero trabalhar. Quero um futuro”, contou Alcius Protege, de 24 anos. Ao ser perguntado no que gostaria de trabalhar, a resposta foi direta: “Qualquer coisa”.

O grupo de haitianos estava no segundo ônibus que chegou nesta semana ao Estado, vindo do Acre, que é a principal porta de acesso deles ao País. O primeiro chegou na terça-feira e os estrangeiros seguiram para o Interior do Estado. A previsão é de que cheguem ainda mais, no mínimo, quatro ônibus até a próxima semana.

O número de estrangeiros aumentou nos últimos três anos, após o terremoto. Segundo dados do Ministério do Trabalho, o número de haitianos trabalhando no Brasil passou de 814 em 2011, para 14.579 mil em 2013.

Com o crescente número de estrangeiros no Acre, teve início a uma ação para que eles fossem para outras regiões do país, onde pudessem ter condições de ficar e trabalhar. Muitos se dirigem à capital paulista na busca de oportunidades. A região Sul começou a ser o destino preferido nos últimos meses. Mas ficar no RS ainda não está nos planos da maioria, que tem como expectativa ir para Santa Catarina. Inclusive, muitos nem queriam descer do ônibus quando se deram conta que não estavam no local previsto. Em papeis, eles traziam os nomes das cidades que queriam ir, como Itajaí, Blumenau e Brusque.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895