Hospitais do SUS adiarão cirurgias não emergenciais

Hospitais do SUS adiarão cirurgias não emergenciais

Medida pretende reduzir número de pacientes nas emergências de Porto Alegre

Ronan Dannenberg/Correio do Povo

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A Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre decidiu suspender os procedimentos eletivos por 48 horas nos hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na Capital, em reunião na manhã desta terça-feira. Com isso, as cirurgias não urgentes, por exemplo, serão adiadas com o objetivo de minimizar o problema da lotação nas emergências. A decisão foi tomada em reunião de mais de duas horas entre prefeitura, governo do Estado, Ministério Público do Estado (MPE) e Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).

Já o governo do Estado se comprometeu em transferir pacientes do Interior, internados na Capital, para as próprias cidades. Agentes da Central de Leitos do Rio Grande do Sul começaram o mapeamento de vagas para iniciar a transferência.

Entre uma série de problemas, foi constatado que há déficit de pelo menos 600 leitos na Capital. A prefeitura ficou com a missão de buscar a abertura de mais vagas no Hospital Parque Belém, na zona Sul. Entre as medidas propostas a longo prazo, o governo municipal vai buscar a reabertura do Hospital Independência para ser utilizado pelo Hospital de Clínicas. Dessa forma, mais 100 vagas seriam abertas.

Apesar das medidas anunciadas e dos problemas constatados, a expectativa é de que as emergências continuem sobrecarregadas. O principal motivo apontado pelos especialistas para o maior fluxo de pacientes são as mudanças de temperatura. Os principais atendimentos feitos nos hospitais são voltados a problemas no sistema respiratório, principalmente em idosos.

Superlotação

Nesta terça-feira, Porto Alegre viveu mais um dia de problemas nas emergências dos principais hospitais. Somente no Hospital Conceição, havia 155 pacientes no setor que comporta apenas 49, enquanto ontem eram mais de 160 doentes no setor. Além do Conceição, o Hospital de Clínicas também estava com a emergência lotada, com 120 doentes para 49 leitos. O São Lucas registrou 44 pacientes para 15 vagas.

Na Santa Casa, a emergência adulta estava com 32 pacientes para oito leitos. Na ala infantil, eram 12 crianças em um espaço para oito pacientes. No atendimento particular, os pacientes também enfrentavam problemas nas emergências. Mesmo com convênios, pacientes do Hospital Mãe de Deus precisaram esperar até quatro horas para serem atendidos.

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