Hospital lança gameterapia, em São Leopoldo

Hospital lança gameterapia, em São Leopoldo

Fisioterapia no Centenário terá auxílio de videogames no tratamento pelo SUS<br />

Stephany Sander / Correio do Povo

Hospital lança gameterapia, em São Leopoldo

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Um projeto inovador e inédito na saúde pública do Rio Grande do Sul foi lançado nesta quarta-feira no Hospital Centenário, em São Leopoldo. Visando à rápida recuperação de pacientes por meio da recreação, a casa de saúde dá início a gameterapia, ação que utilizará videogames para auxiliar no tratamento de pacientes.

Segundo o fisioterapeuta Marcelo Flores, coordenador da Fisiolife, entidade parceira no projeto, a ideia surgiu durante um curso que ele fez em Curitiba, onde a iniciativa estava sendo implantada em um hospital particular. “No Sistema Único de Saúde (SUS) a ação é inovadora. São jogos que requerem movimentos sensíveis e precisos, semelhantes à atividade de vida diária, que resultam em melhora significativa para os pacientes.”

Ainda de acordo com o especialista, pesquisas comprovam que a fisioterapia a partir de intervenções lúdicas, como os games, mostra melhora 30% mais rápida do que a fisioterapia convencional. “A questão do desafio também incentiva muito o paciente. Enquanto que na sessão normal precisa se repetir certo número de vezes cada exercício, no jogo você passa de nível e quer desafiar a si próprio.”

Conforme ele, será usado o Nintendo Wii, que percorrerá o hospital. O videogame custa R$ 500,00, mas o Centenário não terá despesas, já que o trabalho da Fisiolife ocorrerá de forma voluntária, com 60 profissionais do hospital que foram capacitados. “Não é necessário destinar espaço ou sala para a prática, o que torna o processo mais simples. Trata-se de um móvel, comum, com o televisor e o videogame, que irá até onde o paciente está internado. A pessoa até esquece que está em tratamento. A mudança de foco e a atenção da terapia aliviam o tédio que pode envolver a reabilitação”, afirma Flores.

A prática, desenvolvida desde o início do mês como projeto piloto, pode ser feita por crianças e adultos, e já abrange cerca de 30 usuários, uma média de seis atendimentos por dia. Um dos pacientes é Gabriel de Vargas Dias, de 13 anos. O menino, após cair de um telhado, teve fratura nos ombros, na mandíbula e em uma das pernas, e chegou a ficar dez dias na UTI. “É muito divertido e eu nem vejo o tempo passar.” Como não pode mover muito os braços, Gabriel fica em uma plataforma, onde exercita cintura e pernas, tentando manter o equilíbrio.

“A atividade será aplicada em pessoas com prescrição de fisioterapia, além de ser indicada para pós-operatórios de traumatologia e neurologia, no fortalecimento respiratório de crianças, idosos com risco de quedas e também nas situações psiquiátricas, devido a seu importante trabalho cognitivo”, lembra Flores. Segundo ele, os movimentos oferecem benefícios como fortalecimento da musculatura, facilidade para recuperar movimentos, estímulo da atividade cerebral e aumento da concentração e do equilíbrio.

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