Hospital Universitário de Canoas está com dois andares inteiros desativados

Hospital Universitário de Canoas está com dois andares inteiros desativados

Prefeito relatou que atualmente há 153 mil pessoal aguardando por algum tipo de procedimento médico

Fernanda Bassôa

Hospital Universitário de Canoas está com dois andares inteiros desativados

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O Hospital Universitário (HU), em Canoas, atualmente administrado pelo Grupo de Apoio a Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp), está com dois andares inteiros desativados (5º e o 7º) além de quatro salas lotadas de equipamentos estragados e sucateados.

O espaço, segundo o prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, que esteve na manhã desta terça-feira fazendo uma visita ao local, é suficiente para abrigar cerca de 180 leitos. "O que encontramos foi cenário impressionante um verdadeiro caos. Andares inteiros desativados, piso destruído, com goteiras, poeira e mofo", afirmou o prefeito. "Trata-se de um caso de polícia. Vamos avaliar junto com a Procuradoria Geral do Município como iremos proceder, de maneira enérgica, fazendo uma queixa junto ao Ministério Público, em relação aos gestores anteriores. Trata-se de uma obrigação nossa", acrescentou. Busato ainda estimou que é um prejuízo de milhões de reais. "Será necessário um alto investimento para colocar toda esta estrutura em pleno funcionamento", comentou. 

Entre os equipamentos que estão parados estão berços aquecidos, camas hospitalares, ventiladores, balanças, carros de atendimento à parada cardíaca, ecógrafos e tomógrafos. Busato afirma que atualmente há 153 mil pessoal em Canoas aguardando por algum tipo de procedimento médico. "Nossa atenção está voltada para isso porque Saúde pública é prioridade."

A assessoria da antiga administração explicou que o Hospital Universitário de Canoas fechou as portas em abril de 2009 em razão da crise na ULBRA e que, 70 dias depois, o prefeito Jairo Jorge conseguiu a reabertura. "Após trâmites judiciais entre a ULBRA e a União o hospital e diversos bens e equipamentos foram adjudicados à União, que como legítima proprietária passou ao Município de Canoas por meio de Termo de Cessão de Uso", explicou em nota.

"Com isso, a prefeitura assumiu a administração criando um modelo inovador de gestão na saúde com uma instituição de excelência no setor, o Mãe de Deus. Do orçamento de R$ 1 milhão na ocasião passou para R$ 10 milhões", acrescentou o comunicado. "Na gestão de Jairo Jorge, o número de leitos passou para 450. E durante todo o período em que esteve como prefeito, mesmo com dificuldades, primou pela eficácia do serviço prestado à população e a transparência", aponta.

De acordo com a antiga gestão, "os equipamentos adjudicados não puderam ser descartados, considerando que, como são de propriedade da União, incumbe a esta a sua destinação". Além disso, "na licitação realizada no ano passado, foi exigida a comprovação de capacitação de investimento de R$ 10 milhões para modernização e compra de novos equipamentos, o que deve ser fiscalizado pela gestão atual".

Segundo a Prefeitura, o Gamp - que venceu a licitação para gerir o Hospital Universitário por cinco anos - deve finalizar, em um prazo de até 30 dias, um relatório completo detalhando todos os equipamentos que estão estocados. Além disso, foi contratada uma empresa para documentar a atual situação das instalações do hospital. A assessoria do Gamp informou que o Grupo está trabalhando junto com a Prefeitura de Canoas no sentido de detalhar a situação operacional de todos os equipamentos, a fim de verificar quais ainda podem ser utilizados. Reitera, ainda, sua plena disposição de colaborar em todas as questões que possam otimizar o cenário da saúde em Canoas.

Embora a organização lamente a situação de sucateamento em que encontrou a estrutura do HU, deixada pela antiga gestora, desde que assumiu em dezembro de 2016, assegura que está trabalhando firme para reverter esse quadro, em benefício da população do município. O contrato com o Gamp foi assinado no dia 1º de dezembro de 2016, no valor de R$ 16 milhões mensais.

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