Ibama deve multar por rompimento de barragens em até R$ 100 milhões

Ibama deve multar por rompimento de barragens em até R$ 100 milhões

Servidores do órgão analisam situação da água para buscar retomada do abastecimento em Mariana

AE

Servidores do órgão analisam situação da água para buscar retomada do abastecimento em Mariana

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O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) informou nesta quarta-feira que vai multar a empresa Samarco pelo desastre ambiental com o rompimento de barragens em Mariana. A presidente do órgão, Marilene Ramos, afirmou que a empresa deve ser multada tanto por danos que causarão perdas à biodiversidade quanto pela contaminação dos rios. As penalidades máximas chegam a R$ 50 milhões por infração. Pelo menos seis pessoas morreram durante a passagem do paredão de água.

Dirigentes do Ibama e da Agência Nacional das Águas (ANA) estiveram na região e tiveram reuniões tanto com dirigentes da Samarco – e de suas proprietárias, Vale e BHP Billinton – como com o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). “Como toda aquela área continua descoberta, uma poeira fina continua chegando aos rios e deixando um nível de turbidez muito alta”, disse Marilene. “É diferente do que aconteceu, por exemplo, quando houve o rompimento daquela barragem em Cataguazes (também em Minas, em 2003), em que veio determinado volume de lama, a captação foi interrompida e, depois, a água que veio levou o material embora.”

Os sedimentos depositados nos rios aumentam a turbidez da água, o que a mantém imprópria para o consumo humano. Marilene relatou que ainda não há um prazo para que a contaminação seja interrompida e a captação de água possa voltar. “Estamos discutindo as soluções para isso.”

Em outra linha de ação, as agências do governo devem “iniciar uma campanha de investigação da qualidade da água e dos sedimentos para ter a certeza de que o material de fato é inerte e não oferece nenhum risco para o consumo humano”.

Na vistoria, o Ibama detectou dois problemas imediatos no meio ambiente da região. “São duas grandes questões: alteração ambiental com perda da biodiversidade, o que é caracterizado por aquela grande carga de lama nos rios, matando tudo o que existe de vida e com perda da mata ciliar, e o outro é o lançamento dessa grande carga de sedimentos, tornando a água imprópria. Como atingiu um rio federal, entendemos que cabe ao Ibama aplicar essa penalidade”, continuou Marilene.


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