Ibirubá decreta situação de emergência por causa da chuva

Ibirubá decreta situação de emergência por causa da chuva

Horizontina também deve encaminhar documento após levantamento de estragos

Correio do Povo

Chuva provocou estragos em Santo Cristo

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Ibirubá é o primeiro município gaúcho a decretar situação de emergência em função dos fortes temporais da madrugada desta segunda-feira. A precipitação fez com que 120 pessoas ficassem desalojadas na cidade, segundo a Defesa Civil do Estado. Outras seis prefeituras devem entrar para a lista nas próximas horas.

O órgão do Estado ainda faz o levantamento dos estragos causados pela chuva. A estimativa é de que 500 mil pessoas tenham sido afetadas em todo o Rio Grande do Sul. As residências danificadas são cerca de 3 mil, segundo a Defesa Civil, e pelo menos 300 pessoas estão desabrigadas e outras 1,5 mil desalojadas. A região mais atingida foi a Nordeste, mas as áreas central, Norte e de fronteira também foram bastante prejudicadas. São pelo menos 15 municípios prejudicados, de acordo com o chefe de Comunicação do órgão, capitão Alexsandro Goi.

Horizontina

Em Horizontina, a tempestade destelhou casas, derrubou postes de energia elétrica e árvores na zona urbana e rural da cidade. O prefeito, Irineu Colato, informou que amanhã deve decretar situação de emergência. Centenas de residências foram atingidas, mas ninguém ficou ferido e também não há desabrigados.

A população atingida está se acomodando em casas de vizinhos e familiares. O Corpo de Bombeiros e população de municípios próximos ajudam na reconstrução e limpeza das ruas. Os bairros mais atingidos foram o centro, Bela União, Operário, Colato e Industrial.

Além de residências, prédios públicos e comerciais também foram atingidos. Uma marcenaria, na área industrial, entrada da cidade foi totalmente destruída. Parte da estrutura da fábrica de colheitadeiras da John Deere foi danificada. O telhado do prédio da Escola Municipal Monteiro Lobato e a grade de ferro que cerca a escola chegaram a ser arrancados. As aulas de todas as escolas do município estão canceladas e não há previsão para retorno.

Armazéns da Cooperativa Agropecuária Alto Uruguai (Cotrimaio) foram danificados e um de recebimento de grãos, na Esquina Tunas, interior da cidade, foi destruído. Um veículo que estava dentro do local foi atingido. O Ginásio de Esportes do Bairro Bela União e pavilhões do Parque de Eventos do município tiveram a estrutura danificada.

No interior, lavouras de soja e estufas onde eram produzidos hortigranjeiros foram destruídas pela força do vento. A prefeitura, junto da Defesa Civil, está produzindo um relatório, que deve revelar o número de residências atingidas e calcular os prejuízos para produzir o decreto de situação emergência.

Outras cidades

Três Passos no Noroeste do Rio Grande do Sul, também foi uma das cidades mais prejudicadas, onde a chuva da madrugada afetou 18 mil pessoas. O quartel do 7º Batalhão da Brigada Militar foi destelhado, assim como cerca de outras 50 residências. A prefeitura ainda tenta mensurar os problemas causados pela tempestade.

Tupanciretã, no Centro, foi outra cidade atingida. A prefeitura é uma das que deve decretar situação de emergência. Santo Cristo, que foi um dos municípios mais prejudicados, também deve fazer o pedido. Muitas casas e estabelecimentos ficaram destelhados, postes de energia elétrica no chão e estruturas de ferro foram demolidas. Ainda devem entrar para a lista: Campinas das Missões e Vila Nova do Sul.

Em Ijuí, uma das áreas mais afetadas foi a central. Na Praça da República, árvores e galhos quebraram devido aos fortes ventos, que tiveram duração de mais de meia hora. O Corpo de Bombeiros recebeu sete chamados de destelhamentos, mobilizando equipes no trabalho de colocação de lonas. Na BR-285, três árvores caíram sobre a pista durante a madrugada, mas a rodovia ficou apenas parcialmente obstruída.

Os municípios de Coronel Barros, Ijuí, Bozano, Augusto Pestana, Boa Vista do Cadeado, Jóia e parte de Ajuricaba também registraram danos com o temporal. Os principais prejuízos foram causados pelo rompimento de cabos condutores provocado por quedas de árvores e galhos.

Previsão

A instabilidade deve persistir no Rio Grande do Sul até a quinta-feira, segundo a MetSul Meteorologia. Há risco de chuva forte, como a que caiu nesta madrugada. Áreas de instabilidade se formarão, nas próximas horas, sobre o Paraguai e o Norte da Argentina, o que deve provocar elevados volumes de chuva em alguns pontos do Noroeste gaúcho.

Terça e quarta-feira, o tempo deve seguir instável com muitas nuvens e períodos de chuva forte em alguns pontos da metade Norte do Estado. Já na metade Sul, o sol deve aparecer com nuvens e podem ocorrer, porém, períodos de maior nebulosidade.

Porto Alegre, nos próximos dias, ficará na área de transição – na divisa entre a instabilidade do norte e o ar seco do sul. Essa característica impedirá que o tempo firme na Capital. Segundo a MetSul, haverá muitas nuvens com ocasionais aberturas de sol, mas não se pode descartar chuva na terça, quarta e na quinta-feira.

Luz
A tempestade resultou ainda em falta de luz no Estado, em razão da queda de postes de energia. Na tarde desta segunda-feira, são 82,9 mil pontos sem eletricidade no Rio Grande do Sul. Esse número chegou a 107 mil no início da tarde.

A área administrada pela RGE é a mais crítica, com 52 mil clientes às escuras na região Oeste. A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) calcula que aproximadamente 21 mil estejam sem luz, divididos entre Porto Alegre (15 mil), Rio Grande (5 mil) e Bagé (900).

A AES Sul informa que 9,9 mil clientes estão sem energia em sua área de concessão. A maior parte está na região da fronteira. Pelo menos 263 equipes trabalham para restabelecer o serviço.

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