Idosa morre ao ser prensada por elevador da OAB em Bauru
Neta da vítima teve com luxação nas duas pernas
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Era a primeira vez que elas entraram no novo prédio da OAB, na Avenida Nações Unidas, a mais importante da cidade. "Ao chegarmos lá, a recepcionista pediu que subíssemos pela escada e eu disse que minha avó não tinha condições, por causa da saúde e da idade. Ela, então, nos conduziu ao elevador, abriu a porta do equipamento e colocou a gente para dentro", contou Priscila. "Ao entrar, procurei e não achei o botão. Perguntei para ela: 'Onde está o botão?'. E ela disse para não se importar que ela mesmo cuidaria de fazer o elevador subir. E então fechou a porta com a gente lá dentro." O que aconteceu depois, segundo Priscila, foi uma situação de total desespero.
O elevador não tem fosso e as duas mulheres se apavoraram ao ver a plataforma descendo sobre elas. "A gente percebeu que o elevador na verdade estava descendo e que ia nos prensar, então começamos a gritar por socorro, desesperadas, pedindo ajuda para Deus, implorando, aos gritos, para alguém parar o elevador e nos ajudar", disse. Pela porta de vidro do elevador, Priscila ainda viu as pessoas do lado de fora observarem o desespero dela e da avó. "Havia muitas pessoas do lado de fora, que ficaram paradas, talvez sem saber o que fazer. A recepcionista andava de um lado para outro, enquanto a plataforma descia em cima de nós. Por Deus, apareceu um homem que chutou a porta três vezes, quebrou o vidro e me puxou para fora. Mas quando foi retirar minha avó, ela já tinha se ferido bastante", completou.
Segundo Priscila, a plataforma, de 210 quilos, desceu até ficar a cerca de 60 centímetros do chão, com ela e a avó embaixo. As duas foram socorridas, mas a idosa, com ferimentos graves no tórax, na cabeça e no corpo, não resistiu e morreu. Priscila teve luxação nas duas pernas. "O elevador nos massacrou e matou minha avó", afirmou nesta quinta-feira, durante o velório da avó, na capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro Parque Real, em Bauru, comunidade religiosa onde Maria e a família são muito queridas. O enterro estava marcado para às 15 horas.
Homicídio culposo
O delegado Roberto Cabral Medeiros, que atendeu à ocorrência, contou que testemunhas foram ouvidas na manhã desta quinta e que espera um laudo da perícia técnica para dizer o que realmente aconteceu e concluir o inquérito de homicídio culposo e lesões corporais culposas.
"O laudo vai me possibilitar dizer se a responsabilidade é da OAB, da empresa de manutenção ou se há responsabilidade solidária." Segundo o delegado, o inquérito deve ser concluído antes do prazo de 30 dias. O presidente da subsecção da OAB de Bauru, Alessandro Bien Cunha Carvalho, disse que a entidade lamentava o ocorrido e estava focada em dar respaldo à família de Maria da Silva. O elevador ficará interditado até que a perícia descubra o que realmente causou o acidente.