Imigrantes buscam nova vida no Estado

Imigrantes buscam nova vida no Estado

No início da próxima semana, Porto Alegre deve receber pelo menos 40 imigrantes

Karina Reif

No início da próxima semana, Porto Alegre deve receber pelo menos 40 imigrantes

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No início da próxima semana, pelo menos 40 imigrantes chegarão a Porto Alegre vindos do Acre. Eles devem embarcar junto com outras 48 pessoas em dois ônibus que passarão por Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC). Contudo, o destino final de grande parte dos passageiros não deve ser o Rio Grande do Sul, pois podem ficar nesses locais ao longo do percurso. Os imigrantes são refugiados do Haiti, da República Dominicana e do Senegal. Além desses dois coletivos, outros oito devem fazer o mesmo caminho até o final de maio.

Muitos imigrantes provenientes principalmente do Haiti já estão estabelecidos no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, alguns deles vieram e fizeram propaganda para amigos. Outros ainda conseguiram trazer parentes. Como as condições de trabalho ficaram difíceis no país após o terremoto em 2010, muitos habitantes se mudaram para países da América Latina para procurar oportunidades.

Esse foi o caso de Fabíola Dopcely, 30 anos. Quem veio primeiro para o Brasil foi o marido por influência de um primo. Depois ela veio para acompanhar. O primeiro destino foi o Paraná, mas acabaram mudando para Porto Alegre há cerca de dois anos. “O Brasil é bom, mas aqui se trabalha muito para ganhar pouco”, explicou, dizendo que pretende trazer a filha de 7 anos que ainda mora com a mãe dela no Haiti. Fabíola estudava Enfermagem em seu país e hoje atua em um mercado na zona Norte da Capital, no setor da padaria.

Entre os haitianos que vivem em Porto Alegre também estão Ismaille Louis, 32 anos, e Jean Pierre Paul, 25. O primeiro chegou ao Brasil pela primeira vez em 2011. Ele já passou por Manaus, seu primeiro destino, Santa Catarina e em seguida ainda tentou a vida na Guiana Francesa. “Lá foi muito difícil de conseguir os papéis (documentos), então voltei para o Brasil”, contou. Aqui aprendeu a fazer sushi e chegou a trabalhar em vários restaurantes. Agora atua como frentista em um posto de combustíveis da zona Norte, que emprega oito pessoas da mesma nacionalidade dele.

“O Brasil ajudou muito o meu país”, declarou. Há três meses conseguiu trazer a mulher e o filho. Mesmo assim, não pretende ficar aqui para sempre. O objetivo é ir para os Estados Unidos, onde a expectativa é ganhar mais dinheiro: “Não quero morrer no Brasil”.

Paul veio direto para Porto Alegre no ano passado. “Pesquisei na internet”, revelou. Como o pai ainda mora no Haiti, ele já retornou ao país no início do ano para visitá-lo. Assim como Louis, ele trabalha como frentista, mas também atua em uma coletora de lixo para aumentar a renda.

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